Moçambique

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Porto da Beira liga-se ao Médio Oriente

O ESTABELECIMENTO de novas linhas de navegação no Porto da Beira já permite operações de navios com capacidade entre 30 e 35 mil toneladas com escalas directas para o Médio Oriente, sobretudo, em alguns portos que laboram na base de um serviço flexível com ou sem transbordo.

O facto permite que as oportunidades de navegação a partir do Porto da Beira, numa base semanal, aumentem consideravelmente, reduzindo-se o tempo de trânsito. Anteriormente, as embarcações tinham que sair daquele recinto à República da África do Sul para o transbordo em navios de maior dimensão e seguir para os destinos finais.

Falando em exclusivo ao “Notícias”, o administrador delegado da Cornelder de Moçambique, Carlos Mesquita, referiu que hoje só existe uma linha de navegação no Porto da Beira que continua a operar em moldes passados que é a EMC, enquanto que todas as outras, como a Master, Delmas, Smaydevas, Yahel e Evegrin o fazem directamente num processo que considerou economicamente vantajoso para os operadores.

Conforme explicou, a nova dinâmica de navegação deve-se à maior produtividade e rentabilidade que o Porto da Beira atingiu a partir de Abril do ano passado com a entrada em plena operação de dois pórticos contentores de 65 toneladas cada, cuja aquisição custou cerca de 20 milhões de dólares norte-americanos, o que veio a multiplicar sobremaneira a capacidade de outros meios de igual número instalados no terreno.

A nova maquinaria de ponta tem uma capacidade instalada para manusear, ao mesmo tempo, dois contentores de 20 pés e/ou um de 40, sendo que o tempo de estadia dos navios reduziu de 5/6 dias para 2/.2,5, conforme o tipo de carga a ser transportada ou descarregada.

Por este motivo, o manuseamento das mercadorias contentorizadas dos tradicionais operadores como o Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo já é mais flexível, fazendo mesmo com que o Porto da Beira ombreie em igualdade de circunstâncias e/ou superioridade com outros da África Austral ao atingir uma média entre 25 e 29 contentores por hora contra os anteriores 10/12 em igual espaço do período de tempo.

Segundo soubemos, ainda há espaço para o Porto da Beira melhorar cada vez mais a sua produtividade e rentabilidade que tem a ver com a perícia dos operadores em processo contínuo de formação.

“Portanto, o impacto é directo e vemos que as linhas de navegação estão extremamente satisfeitas pelo facto de o tempo de estadia dos navios locais ter reduzido consideravelmente e isso cria capacidades excepcionais de atracção para a movimentação de cargas adicionais”- concluiu.

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