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CPLP deve ter papel mais forte no combate à pirataria no golfo da Guiné
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve ter um papel mais importante no combate à pirataria do Golfo da Guiné, defendeu um especialista em defesa e segurança.
“Relativamente ao golfo da Guiné, a CPLP tem um papel importante porque alguns dos países lusófonos estão localizados nesta região”, disse à Lusa Luís Bernardino, especialista na área de Defesa e Segurança.
“Para já não há uma intervenção direta e nem uma agenda da organização lusófona para esta questão da pirataria no golfo da Guiné, mas a organização já está a realizar coisas e poderia fazer ainda mais sobre esta questão”, salientou o investigador, em declarações à agência Lusa.
A região do golfo da Guiné é afetada por casos de pirataria e de tráfico de droga, de armas e de seres humanos e é utilizada por grupos terroristas subsarianos, que se misturam com imigrantes ilegais para alcançar a Europa, nomeadamente através do corredor da Líbia.
Este fenómeno tem efeitos diretos nos países da CPLP na região (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola), sendo este um dos temas a ser discutido na cimeira de chefes de Estado e de Governo do bloco lusófono, a realizar-se na quarta-feira, em Díli.
“A primeira coisa seria a CPLP apoiar a formação das forças armadas ou das componentes navais dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) que estão na região” do golfo da Guiné, declarou o também docente da Academia Militar, indicando que já existe uma cooperação neste sentido, devendo ser reforçada.
Outro ponto abordado pelo investigador é o reforço de “missões conjuntas de assessoria e de aconselhamento”.
Segundo Luís Bernardino, a organização lusófona poderia “criar uma cooperação mais estruturada e eventualmente mais dedicada à componente naval, nomeadamente com Portugal e Brasil, por terem mais experiência em termos destas capacidades, e fazer uma assessoria partilhada e um acompanhamento mais próprio, mais direto, mais operacional destas forças armadas no quadro da CPLP”.
O investigador lembrou ainda que a componente de defesa do bloco lusófono nasceu em 1998, dois anos depois da organização, e que, em 2006, foi assinado um protocolo de defesa que “integra e normaliza a forma como esta cooperação se desenvolve no quadro da CPLP”.
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