Angola

Angola defende nova visão para Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti (na foto), defendeu em Dili, capital de Timor-Leste, que a nova visão estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve continuar a balizar-se em três pilares fundamentais que norteiam a organização.

Entre estes pilares, o chefe da diplomacia angolana destacou a concertação político-diplomática, indica uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, chegada à Angop.

Georges Chikoti fez esta alocução quando participava na XX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP sob o lema "A Nova Visão Estratégica da CPLP".

Na sua intervenção, o governante referia-se à concertação político-diplomática com vista à promoção e defesa da paz e segurança internacionais, bem como ao reforço da participação da CPLP em fóruns internacionais.

Encorajou a cooperação, em todos os domínios que incidam na melhoria das condições de vida das nossas populações e no desenvolvimento sustentável dos nossos países, assim como a promoção e difusão da língua portuguesa, através de programas de acção desenvolvidos pelo Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP).

A seu ver, é necessário um esforço de todos os Estados membros e dos observadores associados, para que a CPLP seja uma organização internacional adaptada à nova realidade ocorrida na estrutura geopolitica mundial.

No culminar da reunião, os participantes aprovaram um comunicado final onde os ministros consideram que a globalização gera desafios e oportunidades para a criação de sinergias que podem potenciar a complementaridade económica e a liberalização dos mercados no espaço da CPLP.

Destacaram ainda a necessidade de estimular negócios, quer entre agentes económicos da organização, inseridos em diferentes espaços regionais, quer entre estes e seus homólogos de fora do espaço da comunidade.

Os ministros insistiram na necessidade de se acelerar a aplicação dos acordos de Brasília e dos acordos de concessão de vistos para estudantes nacionais dos Estados-membros da CPLP e na cooperação consular entre os seus Estados-membros a fim de facilitar a circulação de pessoas no espaço comunitário, etapa fundamental para o tornar num espaço de afirmação da cidadania.

Registaram, com agrado, os esforços empreendidos pelas autoridades timorenses para a abertura da representação da CPLP, em Dili (a 23 de julho de 2015), que contribuirá para o reforço das relações entre a organização e Timor-Leste, através da realização de atividades no âmbito dos pilares da organização, com especial enfoque na promoção da diversidade cultural da comunidade.

Os participantes regozijaram-se com a eleição de Angola como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2015-2016.

Os ministros regozijaram-se que, passados 70 anos sobre a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e 10 anos sobre a adoção do Documento Final da Cimeira Mundial de 2005, haja uma reforma urgente do Conselho de Segurança, bem como se deva intensificar os esforços para o alargamento do mesmo órgão nas categorias de membros permanentes e não permanentes.

Saudaram Angola pela presidência em exercício da Conferencia Internacional da Região dos Grandes Lagos e pelo dinâmico e importante papel desempenhado em prol da manutenção da paz e estabilidade neste espaço.

Os participantes na reunião decidiram realizar, sob proposta de Angola, no primeiro trimestre de 2016, em Portugal, país sede, uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, para ajustarem um documento sobre "A Nova Visão Estratégica da CPLP no pós 2015".

Este documento será apresentado na XI Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP a ter lugar no Brasil, em 2016, ano em que se celebrará o vigésimo aniversário da sua criação.

A XX Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP foi dirigida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor Leste e, igualmente, Hernani Coelho, cumulativamente presidente em exercício do Conselho de Ministros desta organização.

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