Moçambique

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Porto da Beira amplia capacidade para abastecer África Austral em alimentos

O segundo maior porto de Moçambique está a preparar-se para receber quantidades adicionais de milho que estão a ser procurados pelos países da região sem contacto com o mar (hinterland) para cobrir a insuficiência causada pela seca.

Num artigo agora publicado, a agência financeira Bloomberg cita o gerente comercial da Cornelder Moçambique, Jan de Vries, como tendo revelado que a carga adicional de milho a ser procurada na região “é uma oportunidade de negócio, mas devido à natureza humanitária, o Porto da Beira concordou em aplicar taxas concessionais especiais para o milho”.

Ainda de acordo com a Bloomberg, em toda a África Austral, os Portos estão a preparar-se para as importações recordes de milho, cereal que é o alimento básico, depois da queda das colheitas na sequência do fenómeno El Niño, cuja seca devastou extensas áreas agrícolas, expondo milhares de pessoas à fome em toda a região incluindo Moçambique. A agência de assuntos humanitários das Nações Unidas aponta para cerca de 50 milhões o número de pessoas que passam fome no leste e sul do continente.

Países da região serão forçados a importar até 9 milhões de toneladas do grão de milho este ano, segundo cálculos da AGRI SA, o maior representante dos agricultores da África do Sul, onde o preço do milho mais do que duplicou desde o início de 2015.

Até agora, 60 mil toneladas foram anunciadas “e embarques devem aumentar a partir de Julho em diante e, especialmente, a partir de Agosto”, disse De Vries, segundo o qual maior parte do milho é importado a partir da Ucrânia e do México, disse ele. Sabemos, no entanto, que o Brasil e os Estados Unidos são outros grandes exportadores do milho.

Importa recordar que o Porto de Nacala acaba também de anunciar aumento de exportações de milho para o vizinho Malawi e que poderá canalizar àquele país até 300 mil toneladas do cereal. Já o porto da Beira vai alimentar principalmente a Zâmbia e República Democrática do Congo.

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