Moçambique

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Captura de amêijoas anima mercado pesqueiro

A CRESCENTE demanda de amêijoas no mercado local e internacional deve estimular o sector privado a apostar em unidades de processamento, para a melhor conservação e elevação dos padrões de qualidade.

O apelo é do Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas, Agostinho Mondlane, que considera que as condições climáticas que o país oferece são favoráveis à prática da pesca, piscicultura e aquacultura em larga escala.

A recomendação foi dada, há dias, após a visita a A-One Enterprises, Lda., uma unidade de processamento de amêijoas, de capitais japoneses, que opera na cidade da Matola, província de Maputo.

Falando após a visita, Agostinho Mondlane desafiou a empresa a apostar em outras espécies pesqueiras, de modo a diversificar a produção.

“Nós como país temos a responsabilidade de produzir para alimentar o mercado local, mas também o regional e internacional de uma forma geral. O grande desafio é investir no capital humano, porque é imperioso o domínio das técnicas” disse o ministro, tendo acrescentado que o fomento da pesca é uma das prioridades do governo.

Em actividade desde 2015, a unidade de processamento de amêijoas arrecada 120 mil dólares mensais em exportações para países como Japão e Tailândia, onde se encontram os principais mercados.

A empresa conta com 86 trabalhadores na sede e 310 pescadores artesanais, que não possuem contrato formal com a empresa, mas são remunerados de acordo com a faina.

Para além de Maputo, a A-One Enterprises, Lda possui uma estação de aquacultura no distrito de Chokwé, na província de Gaza, uma estação de aprovisionamento de amêijoas na cidade da Beira e distrito de Búzi, na província de Sofala e ainda uma instalação idêntica na cidade de Quelimane, província da Zambézia.

Marcos Mangave, administrador da empresa, explicou que um dos principais constrangimentos é a diminuição das capturas diárias. A título de exemplo, em Quelimane, o rendimento médio por cada pescador baixou de 44 kg para 33 kg, e de 50 kg para 2kg em Búzi.

A pesca de amêijoas é feita apenas no período de marés vivas, que duram 18 dias em cada mês. Nas marés mortas estes crustáceos tendem a escassear. “Temos receio que a amêijoa desapareça e, por isso, pedimos a quem de direito que elabore estratégias de preservação desta pescaria” solicitou ao ministro.

Uma das sugestões avançadas por Agostinho Mondlane, foi a produção de amêijoas em regime de aquacultura, envolvendo a empresa e comunidades costeiras onde opera.

Questionado sobre a venda de pescado na via pública, o Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas referiu que o sector, em coordenação com os municípios e governos distritais, estão interessados em difundir as boas práticas de higiene e conservação de produto pesqueiro, cuja exposição constitui um atentado a saúde pública.

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