Moçambique
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Brasileira Vale vai deixar de exportar carvão pelo Porto da Beira
A empresa brasileira Vale vai deixar de usar o Porto da Beira para exportar carvão a partir do próximo ano, passando a concentrar as operações no Corredor Logístico de Nacala, na província de Nampula, norte de Moçambique.
A informação foi avançada pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) da Vale Moçambique, Márcio Godoy, à margem da cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento para o melhoramento do Corredor Logístico de Nacala.
Godoy, citado hoje pelo jornal Noticias, a explicou que a mineradora pretende aumentar os volumes de escoamento, de 12 milhões de toneladas este ano para cerca de 17 ou 18 milhões de toneladas no próximo ano, volumes que podem ser muito bem acomodados no Corredor Logístico de Nacala.
Actualmente, a Linha de Sena e o Terminal de Carvão do Porto da Beira têm uma capacidade para escoar cerca de 20 milhões de toneladas, contudo o canal de acesso portuário só pode acomodar navios de até 40 mil toneladas.
Márcio Godoy explicou que o porto de águas profundas de Nacala-à-Velha recebe navios com capacidade de até 180 mil toneladas, sendo mais vantajoso para a Vale.
“Portanto, nós pretendemos exportar nos próximos anos 18 milhões de toneladas de carvão. Esta é quase a mesma capacidade que existe no Porto da Beira, e torna-se para nós vantajoso usar o Porto de Nacala devido à capacidade dos navios que para aqui são mobilizados”, referiu o PCA.
Na semana finda, a Vale rubricou um acordo de financiamento e os respectivos contratos financeiros vinculativos com a Mitsui em cerimónia que também contou com a participação de membros do Governo e financiadores, entre eles a Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC); Nippon Export and Investment Insurance (NEXI); Banco Africano de Desenvolvimento (BAD); e a Agência Sul-africana de Crédito à Exportação (ECIC).
Com a aprovação dos acordos, estão criadas as condições necessárias para que a Vale e a Mitsui viabilizem os trabalhos de melhoramento do Corredor Logístico de Nacala, através de intervenções na linha, aquisição de material circulante, nomeadamente vagões, locomotivas e outro equipamento para o manuseamento de carga.
Acredita-se que, com as intervenções previstas, o Corredor Logístico de Nacala possa registar significativas melhorias, podendo atingir uma capacidade de 22 milhões de toneladas, sendo 18 milhões para o escoamento do carvão e os restantes quatro milhões para carga diversa.
Do montante previsto para o investimento, uma parte destina-se a Moçambique e a outra ao Malawi, sendo que o prazo de reembolso do crédito é de 13 e 14 anos, quase metade do período da concessão do Corredor Logístico de Nacala.
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