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Profissionais transformam torre de controle no coração das operações do Porto de Suape
No coração do Porto de Suape, uma equipe de profissionais atua 24h por dia, 365 dias por ano, para receber navios do Brasil e do mundo. Este lugar é a torre de controle, local onde é realizada toda a gestão do tráfego das embarcações, a conferência das documentações das empresas de navegação, o contato direto com os comandantes dos navios e o faturamento das arrecadações das tarifas portuárias. Não bastasse todo esse árduo trabalho, a atividade ainda envolve a verificação do local correto da atracação da embarcação e a avaliação de possíveis danos à estrutura portuária. Um conjunto de atribuições que precisa funcionar de forma sincronizada, como um relógio, para otimizar todas as operações de carga e descarga.
O prédio entrou em operação em 2001 e está localizado entre os portos externo e interno de Suape, possibilitando aos que trabalham ter uma visão geral de todas as operações em tempo real. Ao todo, 12 profissionais se revezam em dois turnos para garantir a funcionalidade do Porto de Suape. Este trabalho é conduzido por personagens singulares, que acompanham de perto a evolução dos navios que entram e saem do atracadouro.
A rotina de trabalho exige responsabilidade, objetividade e demanda precisão. De janeiro a outubro de 2017, foram realizadas mais de 1.300 atracações em Suape. São navios-tanque trazendo derivados de petróleo, álcool e petroquímicos; navios do tipo Ro-Ro com cargas de alto valor agregado como os veículos; graneleiros descarregando cargas como trigo, além de navios de contêineres, movimentados no Tecon Suape.
Com 36 anos de história em Suape, José Simplício de Oliveira atua na torre de controle há 17 anos. Ele acompanha o fluxo das embarcações que chegam e saem do atracadouro e já desenvolveu diversas funções em seus anos de experiência trabalhando no prédio. “A implantação de grandes projetos como o Tecon Suape, a Refinaria Abreu e Lima e os Estaleiros mudaram o perfil do porto”, explica.
Durante muitos anos, antes da implantação desses projetos, Suape recebia cargas gerais e, a movimentação de navios por ano chegava a uma média de 300, 400 navios. “Naquela época, realizávamos a operação de atracação e desatracação de navios em paralelo a construção de píeres e cais. Foram muitos desafios e aprendizado. Hoje vemos claramente a consolidação de um projeto construído por várias mãos”, acrescentou, Simplício.
Pioneira em Suape, Elissa Figueiredo, 29 anos, é conhecida por ser a primeira controladora de tráfego marítimo da história do Porto de Suape. Seu trabalho começa muito antes do navio atracar, nas checagens das dimensões da embarcação, sua compatibilidade com os cais, a conferência da documentação dos navios e das cargas, das condições da estrutura do porto, entre outros aspectos.
“Suape é um ativo importante para Pernambuco e este bem precisa ser cuidado. O fato de fazer parte da equipe permanente do porto me torna ainda mais cuidadosa com o bem público. Por muitas vezes, durante acompanhamento em terra a presença da autoridade portuária fez total diferença para que o bem público seja zelado”. Elissa já chegou a controlar o tráfego de até nove navios, em dias de pico, muitas vezes em operações simultâneas e manobras que duram, em média, uma hora.
Aos 70 anos - que parecem não atrapalhar sua vontade de trabalhar -, Zé Alves, como é conhecido pelos colegas, gosta mesmo é de estar nos cais e píeres acompanhando as atracações dos navios. Conhecido por sua simpatia e por seu perfil acolhedor, Zé ensina que o sucesso das operações no cais e píeres depende muito da relação com as equipes de práticos, rebocadores, estivadores, amarradores, e os profissionais da capatazia.
“Os anos vão se passando e você nem percebe. Foi trabalhando no porto que edifiquei a minha vida. Fiz diversas amizades ao longo dos anos. Essa troca de confiança conquistada ao longo desse tempo faz a diferença nas operações. Hoje, com a tecnologia e praticidade temos processos mecanizados, mas o trabalho em equipe faz toda a diferença. A atenção de todos evita acidentes, promove mais rapidez nas operações e todos ganham”, comentou o profissional que atua há 17 anos na torre.
Para o supervisor de operações da torre, Fernando Almoêdo, 39, a palavra de ordem no seu cotidiano é resiliência, expressão que traduz a capacidade do indivíduo de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. “Todos os dias enfrentamos novas situações. Lidamos com uma atividade que envolve altas taxas financeiras, pois controlamos diretamente o fluxo dos navios. Lidamos com agentes e operadores marítimos. A pressão e a exigência são grandes, mas o trabalho é singular”, comentou.
Parte do time mais novo de funcionários, Igor Calado, controlador de tráfego da torre de controle, conta que sua paixão pelo porto começou quando trabalhava como estivador e fazia parte da equipe do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). “Eu tinha um professor que falava que quem experimenta da água do porto se apaixona e isso aconteceu comigo”. Além do amor pelo trabalho, Igor fala da importância do papel desempenhado. “O nosso trabalho influencia diretamente no resultado do porto e sabemos da sua importância para a economia de Pernambuco. Fico satisfeito em fazer parte desse universo. Buscamos um nível de controle das operações cada vez maior, queremos desempenhar nossa função da melhor forma”, salientou.
Fonte: Ascom Suape
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