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Impactos do Porto de Santos na competitividade da indústria, tema de evento da Fiesp
A Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) debateu sua sede, na cidade de São Paulo, os impactos diretos do Porto de Santos na competitividade da Indústria, abordando os desafios, oportunidades e melhorias do complexo portuário santista e como os temas relacionados impactam a competitividade da Indústria.
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva, abordou estatísticas, operação e metas do Porto de Santos no painel “Dificuldades e entraves das operações no Porto de Santos”. O presidente enfatizou em sua apresentação, a necessidade de investimentos da ordem de R$ 5 bilhões na infraestrutura do complexo portuários santista, envolvendo vias de acesso rodoferroviárias e hidroviária, sistemas de gerenciamento de informações do tráfego de embarcações, o VTMIS, e Cadeia Logística Portuária Inteligente (Portolog), que sincroniza a chegada dos caminhões e das cargas nos terminais, bem como arrendamento de novos terminais.
“Esses investimentos têm que ser feitos pelos setores público e privado. Temos que trabalhar juntos e os empresários devem olhar o Porto de Santos como seu grande parceiro na cadeia logística”, afirma o presidente. Segundo o presidente, o tempo de cobranças se esgotou. “Estamos iniciando um novo momento de trabalho conjunto, onde cada um deve assumir sua responsabilidade para dar eficiência a essa ferramenta fundamental para o comércio exterior brasileiro que é o Porto de Santos”, destaca Oliva.
Complementando, o presidente anunciou que o próximo passo será levar o produtor agrícola ao porto para conhecer como sua produção é operada. “A partir daí podemos trabalhar juntos para aprimorar esse processo, cada vez mais, e a multimodalidade é fundamental para isso”, explica.
O secretário Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Luiz Otávio Oliveira Campos, mencionou que o grande desafio no momento é abrir o capital das companhias docas. Segundo o secretário, isso aumentaria a agilidade, capacidade de gestão e de investimento nos portos.
O presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, disse que o comércio exterior apresenta boas perspectivas para este ano, com projeções que apontam para um saldo de US$ 56 bilhões. “Isso trará uma repercussão direta na logística de transporte de cargas e os desafios para sermos competitivos serão enormes” explica.
Segundo o presidente da Fiesp, essa perspectiva de retomada do crescimento econômico e a sinalização do governo federal de impulsionar as obras de infraestrutura e logística, com participação do capital privado, poderá colocar novamente o país em um novo patamar. “A multimodalidade, uma logística eficiente e segurança jurídica combinadas com preços competitivos são fundamentais para o crescimento sustentável do setor”, afirma.
Roriz acrescentou que, além dos investimentos em infraestrutura, o bom funcionamento do setor requer planejamento, gestão e regulação eficientes. Segundo ele, a fragilidade desse tripé explica, muitas vezes, a situação difícil na qual se encontra parte do setor no momento. “Para enfrentarmos os maiores desafios impostos ao setor apoiamos, entre outros, o aprimoramento do planejamento do sistema regulatório, a implementação de procedimentos aduaneiros que facilitem o comércio internacional, a redução da burocracia, o desenvolvimento da carteira de projetos para portos, ferrovias, rodovias e aeroportos, a atração do capital privado para implantação de infraestrutura”, finaliza.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, disse que “ao falarmos da necessidade cada vez mais urgente de recuperação da nossa economia, geração de empregos, renda e retomada de crescimento, nada mais coerente do que se investir no maior porto da América Latina. Entretanto, é fundamental discutirmos questões como acessos e dragagem e avançar na descentralização de decisões”.
O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia, chamou a atenção para a necessidade de fortalecer as autoridades portuárias. “As competências das companhias docas, a partir da promulgação da Lei 12.815/2013, foram centradas em Brasília. Foi importante naquele momento, mas elas devem, paulatinamente, retornar às administrações portuárias, que têm grandes desafios a enfrentar e que que são dificultados, ainda mais, pela centralização”, afirma Povia.
O evento contou, ainda, como outros quatro painéis que debateram os planos de ações e apoio ao investimento, infraestrutura e segurança no Porto de Santos, com visão na celeridade e excelência de sua operação; modelos e referências internacionais: eficiência operacional, no controle aduaneiro, proteção da fronteira e estatísticas de volumes dos Estados Unidos e da União Europeia; os planos e programas para modernização dos processos e simplificação das operações no Porto de Santos e os programas de melhorias dos acessos ao Porto de Santos.
O evento foi precedido de visita de comitiva da Fiesp ao Porto de Santos no último dia 22 de agosto, liderada pelo presidente em exercício, José Ricardo Roriz Coelho.
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