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Casal encontra garrafa lançada ao mar por cientistas há 50 anos

Candy e Jim Duke gostam de passar os sábados no passadiço costeiro de Corpus Christi, importante porto marítimo do Texas, nos Estados Unidos. Encontram sempre pequenos tesourinhos, entre búzios e conchinhas ou garrafas de diferentes cores que usam para decorar o quintal. Mas desta vez foi diferente: a vasilha de gargalo comprido deixava adivinhar um papel enrolado lá dentro, num tom já amarelado, a pedir “partir garrafa”.

Desenrolada o papel, outra mensagem: "Esta garrafa faz parte de uma série de lançamentos em locais conhecidos no golfo do México por cientistas dos Laboratórios de Botânica de Galveston da Comissão de Pesca dos Estados Unidos." Era uma das 7863 garrafas lançadas ao oceano em 1962 com o objetivo de estudar o papel das correntes marítimas na movimentação de camarões jovens dos viveiros junto à costa.

Dentro das garrafas era colocada ainda uma indicação que dizia que quem as encontrasse deveria preencher um postal e enviá-lo para o laboratório com a máxima urgência. Como recompensava estavam previstos 50 centavos norte-americanos, o equivalente a cerca de 3,80 euros hoje.

Mesmo 56 anos depois, foi exatamente o que Jim e Candy fizeram e, embora a morada do Laboratório Nacional da Administração dos Oceanos e da Atmosfera já não seja a mesma, o atual diretor, Matthew Johnson, acabou por receber a carta. "Na época, a pesca de camarão era a maior no Golfo do México, e esta foi a primeira tentativa de começar a controlar a espécie", explicou, citado pela CNN.

Johnson revelou ainda que das 7863 garrafas lançadas ao mar, entre 1962 e 1963, foram recuperadas, logo no primeiro mês, 12% - e que era, à época, uma forma de estudar as correntes oceânicas. A última vez em que garrafas foram lançadas à água para efeitos de pesquisa foi em 1966, no Alasca. Atualmente, a experiência é feita boias com GPS em vez de garrafas de vidro.

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