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Pelo menos 33% da soja exportada já sai pelos portos do arco norte
Os portos brasileiros do chamado arco norte movimentaram 33% das exportações de soja no primeiro semestre deste ano. Foram 19,2 milhões de toneladas dos 57,7 milhões que saíram do país.
Apenas em abril, a movimentação atingiu 5,1 milhões, conforme dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que tomou como base as estatísticas da Secex.
A saída de grãos pelos portos das regiões Norte e Nordeste reduz custos de frete e eleva os ganhos no setor. Com os preços dos grãos elevados, esse ganho não é tão sensível no momento, o que deverá ocorrer quando houver uma redução interna e externa dos valores das commodities.
Antonio Galvan, presidente da Aprosoja Brasil, diz que começa a haver uma aproximação maior dos preços de Mato Grosso com os do Paraná e do Rio Grande do Sul. O frete está menor e o produtor obtém um valor agregado maior, segundo ele.
Essa grande movimentação pelo arco norte se deve a Mato Grosso, o principal produtor brasileiro de grãos. Mais da metade das exportações de soja do estado são feitas por esses portos. Neste ano, foram 54%. Há dez anos, eram apenas 16%.
A saída de milho por esses portos também aumenta, e atingiu 29% no primeiro semestre deste ano. Essa taxa é bem menor, no entanto, do que os 43% do ano passado.
Neste ano, devido ao atraso no plantio e ao clima adverso que afetou as lavouras, a produção caiu e o volume de exportação é menor. As vendas externas por esses portos ficaram próximas de 1 milhão de toneladas.
Nos últimos 20 anos, incluindo o primeiro semestre deste, o Brasil já exportou 850 milhões de toneladas de soja, o que rendeu ao país US$ 331 bilhões no período, segundo o Imea. A China foi a grande compradora, ficando com 560 milhões desse volume.
Já as vendas de milho somaram 318 milhões de toneladas, rendendo US$ 58 bilhões. No caso deste cereal, o Irã, ao adquirir 54 milhões de toneladas, foi o líder na compra do produto brasileiro. Japão, com 31 milhões, veio a seguir.
AGRO PARTICIPA MENOS DA BALANÇA
As exportações do agronegócio continuam aquecidas, mas perderam força em relação ao total geral do país. Nos seis primeiros meses deste ano, somaram US$ 61,5 bilhões, 45% do total geral. No mesmo período do ano passado, eram 50,5%.
Essa participação menor se deve à evolução de 49,4% das receitas com as exportações dos demais produtos. A alta no setor de agronegócio foi de 20,8% no semestre.
O saldo do agronegócio, no entanto, subiu para US$ 54 bilhões no período, com evolução de 21% em relação ao de janeiro a junho de 2020.
No caso dos demais setores da economia, o saldo da balança comercial continua negativo, somando US$ 17,3 bilhões neste ano. No primeiro semestre de 2020, o saldo foi ainda mais deficitário: US$ 22,4 bilhões.
Os dados dos últimos 12 meses mostram que o agronegócio continua sustentando a balança comercial. De julho de 2020 a junho deste ano, o saldo do agronegócio é de US$ 97 bilhões, compensando o déficit de US$ 32 bilhões dos demais setores.
Se mantiver o ritmo forte do primeiro trimestre, as exportações da agropecuária deverão superar os US$ 100 bilhões. Nos últimos 12 meses, o acumulado foi de US$ 111 bilhões.
Os produtos que mais cooperaram por esse saldo recorde foram açúcar (mais 58%), algodão (24%), café (19%) e o complexo soja (10%).
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