Ambiente
A zona morta do golfo do México já tem mais de quatro milhões de hectares
Uma equipa de cientistas analisou o fundo do Golfo do México e descobriu uma grande área de água pobre em oxigénio.
Os cientistas da Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica (NOAA) anunciaram, recentemente, que cerca de quatro milhões de hectares de habitat no Golfo do México são inutilizáveis para peixes e espécies que vivem no fundo do mar.
Uma zona morta abrange, em média, cerca de 8.690 quilómetros quadrados, mas a que foi encontrada no fundo do Golfo do México “é de, aproximadamente, 10.193 quilómetros quadrados, o equivalente a mais de quatro milhões de hectares de habitat”.
A distribuição de água pobre em oxigénio “foi incomum neste verão”, disse Nancy Rabalais, professora da Louisiana State University, em comunicado citado pelo The Guardian. “As condições de baixo oxigénio estavam muito perto da costa, com muitas observações a mostrar uma falta quase completa de oxigénio.”
As zonas mortas são áreas subaquáticas onde os níveis de oxigénio são tão baixos que nenhuma espécie de vida marinha consegue sobreviver. Estas regiões surgem naturalmente, mas os cientistas estão preocupados pelo facto de cada vez mais “desertos” marinhos estarem a desenvolver-se devido à atividade humana.
Os resíduos provenientes de campos agrícolas ou da criação animal entram nos oceanos e estimulam o crescimento de algas que, por sua vez, morrem e se decompõem. Durante este processo, bactérias que consomem oxigénio decompõem as algas, esgotam o gás, sufocam as espécies e criam zonas mortas.
A NOAA explica que a maioria da vida marinha morre ou abandona estas áreas inabitáveis.
“Sem um esforço significativo e concentrado para reduzir o escoamento de nitrogénio dos campos e das operações de gado, as comunidades da Costa do Golfo continuarão a arcar com os custos da zona morta”, afirmou Rebecca Boehm, economista do programa alimentar e ambiental da Union of Concerned Scientists.
ZAP //
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