Angola

ANGOLA

Corredor do Lobito prevê transportar mais de um milhão de toneladas

O investimento feito no Corredor do Lobito vai permitir atingir a fasquia de um milhão e meio de toneladas de carga em três anos, contra as actuais 300 mil toneladas, disse o ministro dos Transportes, Ricardo D` Abreu.

Falando em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), referiu que o período de crescimento do Corredor do Lobito começa agora, ano um, para atingir a velocidade-cruzeiro nos próximos cinco anos.

Segundo o governante (na foto), tudo está a ser feito para que as mercadorias transitem no corredor sem qualquer pagamento de direitos aduaneiros, com base no acordo de facilitação de mercadorias.

“Já é um trabalho que tem sido desenvolvido noutros portos, mesmo no Porto de Luanda, para cargas que têm o destino à República Democrática do Congo (RDC) e para esta zona mais ao norte. O que acontece com este acordo de facilitação é garantirmos que as mercadorias transitam no nosso corredor, sem qualquer efeito aduaneiro”, asseverou.

Fez saber que o Porto do Lobito foi escolhido pela Organização Marítima Internacional para ser a experiência piloto da “Janela Única marítima (JUMA), mas o país tem um projecto que é a Janela Única Portuária, onde se integram o conjunto de serviços necessários para tratamento das mercadorias, incluindo serviços aduaneiros.

Com isso, apontou que se pretende, com apoio da tecnologia, simplificar a tramitação aduaneira, administrativa e burocrática do trânsito de mercadorias.

Conforme o ministro, o Corredor do Lobito, além das fronteiras nacionais, com impacto estruturante em todo o espaço da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), se afirma como um dos principais eixos de circulação de mercadorias, não apenas dentro dos próprios países.

Salientou que o Corredor do Lobito estabelece uma conexão com o mercado mundial, através, principalmente do Porto do Lobito, o que assegura uma elevada percentagem do volume do comércio internacional de toda a sub-região.

Ricardo D` Abreu indicou que perto de dois mil empregos serão criados ao longo do Corredor do Lobito, quando estiver a funcionar em pleno, “empregos directos relacionados com todos aqueles que estarão envolvidos directamente na operação portuária e ferroviária e os indirectos, por via de outros sectores”.

Lembrou que o Estado investiu cerca de 3.2 mil milhões de dólares na reabilitação da infra-estrutura portuárias e ferroviárias.

Disse estar por se construir, ao longo do corredor, três plataformas logísticas na província do Huambo, no município da Caála, outras na comuna do Cuima, e no município do Luau, província do Muxico.

Neste sentido, avançou o interesse do Banco Mundial(BM) em apoiar o financiamento da plataforma logística da Caála.

O ministro recordou que, antes da independência, o Corredor do Lobito conseguia exportar de Angola quantidades a volta de um milhão e meio de toneladas de cereais produzidos no Planalto Central do país.

Entretanto, salientou a necessidade de melhoria nas infra-estruturas por parte da Zâmbia e da RDC, com realce para a questão ferroviária, neste último país.

Denominado “Lobito Atlantic Railway”, o consórcio, formado pelas empresas Trafigura da Suíça, a Mota-Engil de Portugal e a Vecturis SA da Bélgica, desde 4 de Julho passou oficialmente a explorar o transporte de carga no corredor ferroviário do Lobito.

O consórcio internacional está encarregado de explorar o Corredor do Lobito num período de trinta anos, reiterando a promessa de investir 500 milhões de dólares em Angola e cerca de 100 milhões de dólares na República Democrática do Congo.

O acto de assinatura do contrato aconteceu na cidade ferroportuária do Lobito e foi testemunhado pelos presidentes João Lourenço (Angola), Félix Tshisekedi (República Democrática do Congo) e Hakainde Hichilerma ( Zâmbia).

O Corredor do Lobito estende-se desde o Porto do Lobito, banhado pelo Oceano Atlântico, e atravessa Angola de Oeste a Este, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.

Abrange as áreas de mineração da província de Katanga, na RDC, e Copperbelt, na Zâmbia.

O corredor representa a rota mais curta até um porto, a partir das áreas ricas em minerais da RDC e da Zâmbia.

Com gestão privada, o Corredor do Lobito integra o Porto do Lobito, o Terminal Mineiro, o Aeroporto da Catumbela e o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).

Para a SADC, o corredor é visto como um importante meio de desenvolvimento da região, com benefícios para Angola e os países vizinhos (RDC e Zâmbia).

fonte