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Mais de 14 mil famílias na pesca artesanal em Benguela

Mais de 14 mil famílias e um universo de 1.900 embarcações estão ligadas à pesca artesanal na província de Benguela.

 

Os dados foram apresentados ao Jornal de Angola, pelo director provincial da Agricultura, Pecuária e Pesca em Benguela, José Gomes da Silva, que na ocasião se mostrou preocupado com algumas práticas que têm sido usadas pelos operadores, e que estão a contribuir para a redução da biomassa.

Por causa da escassez de pescado, situação que se regista desde o ano passado, disse, alguns pescadores artesanais estão a utilizar meios de pesca inadequados, com realce para as redes com malha inferior ao normal, tendo sido, recentemente, apreendidas seis artes de redes mosquiteiras.

A par das embarcações artesanais, segundo José Gomes, o sector controla, a nível da província, um total de 55 embarcações industriais e semi-industriais.

"Temos que equacionar esses números para que num futuro próximo desenvolvamos a pesca, mas com sustentabilidade”, disse.

Para o responsável, as redes mosquiteiras capturam espécies imaturas e isso faz com que não dêem oportunidades de muitas espécies continuarem o seu desenvolvimento, o que é prejudicial para a biomassa.

"A orla marítima está com escassez de pescado, o que faz com que maior parte das embarcações de Benguela pesquem na província do Namibe”, informou.

No passado, os pescadores faziam cerca de uma hora ou um dia para capturar 30 a 40 toneladas de peixe, mas actualmente, comparou, para se capturar 5 toneladas é necessário cerca de um mês.

Medidas adoptadas

O Ministério das Pescas e Recursos Marinhos adoptou algumas medidas para garantir a sustentabilidade do ecossistema, com destaque para a redução das embarcações de grande porte (arrastões, quer pelágico, quer dimensão).

O sector, segundo o responsável está, também, a reforçar a fiscalização das pescas com recursos humanos e equipamentos para facilitar o patrulhamento.

"Temos uma orla marítima vasta e os 25 fiscais são insuficientes para monitorar tudo”, reconheceu, salientando que é necessário fazer muito para evitar que no futuro haja colapso.

Em 2022, explicou, a província de Benguela capturou 90 mil toneladas de pescado apesar da escassez, o número de embarcações aumentou. O número não foi superado em 2023 devido às baixas capturas.

José Gomes assegurou que as embarcações do segmento semi-industrial e industrial estão legalizadas, apesar de algumas cometerem infracções.

A fiscalização marítima autuou, há dias, uma embarcação de arrasto que estava a praticar irregularidades de pesca, numa região limítrofe com a província do Cuanza Sul, à semelhança do que ocorreu com uma embarcação de arrasto pelágico com cerca de 4.800 caixas de peixe de tamanho irregular.

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