Moçambique

Moçambique em alta nos negócios

MOÇAMBIQUE e Brasil são os países mais referidos pelos empresários portugueses como os destinos de investimento em 2012, mostra o barómetro da Travelstore American Express.

Elaborado anualmente, o estudo analisa as tendências no sector das viagens de negócios e indica que 36% das 249 empresas inquiridas - de áreas como construção, consultoria, tecnologias, energia ou comércio e serviços - pretendem investir em novos mercados, onde se destacam o moçambicano e o brasileiro.

«Depois de Angola, que já não é visto como um destino novo, até porque os investimentos começam a ter alguma maturidade e já existe um certo nível de competitividade empresarial, Moçambique acaba por ser um mercado natural», explica um dos responsáveis do estudo e director da Travelstore, Sérgio Almeida. E acrescenta que «o país está a crescer e tem sectores específicos que estão a expandir -se bastante, como a construção, energia, tecnologia e sistema financeiro».

As empresas nessas áreas, segundo Sérgio Almeida, «colocaram Moçambique como um mercado de oportunidades para 2012, por via das próprias oportunidades que o país apresenta». Já no Brasil, continua, «o foco da decisão estará mais na dimensão do mercado e nas taxas de crescimento que apresenta e que se espera que venha a ter».

Ao SOL, Sérgio Almeida detalha que a aposta nos países de língua portuguesa é uma tendência que já se verificou em 2011, até porque estes mercados são vistos como alternativas para a internacionalização, perante um continente europeu em crise.

Procurar alternativas
Em 2011, por exemplo, segundo dados do barómetro, o número de passageiros de negócios para Moçambique cresceu 16 % e para Angola subiu 9%, face a 2010. Para Cabo Verde, o aumento foi de 9% e para o Brasil fixou-se nos 6%.

«Espanha continua a ser o mercado que tem mais viajantes de negócios a partir de Portugal, mas sofreu um decréscimo forte em 2011 face a 2010. Paris também sofreu uma redução significativa e Londres estagnou. Aqueles mercados para os quais mais se viajava e onde mais negócios se geravam, reduziram substancialmente em 2011», sublinha o director.

No ano passado, houve um aumento médio de 7,3% no volume de viagens empresariais comparativamente a 2010. Este ano, esse crescimento deverá ser mais modesto. «O barómetro aponta para uma previsão de crescimento de 2,5% no volume de viagens de profissionais organizadas em Portugal», lê-se no documento, que, ainda assim, diz que «a maioria das empresas portuguesas [46%] espera aumentar o seu volume de viagens em 2012 por força de sentir o mercado interno estagnado». Outras 21 % afirmam que deverão manter e 32% deverá reduzir.

PREÇOS MÉDIOS
Viagens para Angola têm o preço médio mais caro, entre os destinos analisados: 2.950 euros. Para o Brasil rondam os 2.365 e viajar para Moçambique exige desembolsar 2.115 euros. Já Cabo Verde custa 1.120 euros
CUSTOS
Aviação e hotel pesam 84% do custo das viagens. Gastos com vistos representaram 8% este ano contra 5% em 2010.65% das empresas permite viajar em classe executiva em voos acima de seis horas.

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