Ambiente

Desgaste dos oceanos pode custar 1,5 biliões de euros anuais

Se nada for feito para mitigar as mudanças climáticas, o custo dos desgastes causados aos oceanos poderá situar-nos em dois biliões de dólares (1,5 biliões de euros) anuais até 2100, estima um estudo publicado esta quarta-feira.

Coordenado pelo Instituto do Ambiente, de Estocolmo, o estudo, intitulado "Valuing the Ocean" (Estimar o Valor dos Oceanos), foi realizado por uma equipa multidisciplinar que calculou os custos até 2050 e 2100 na pesca e no turismo, resultantes de tempestades, da subida do nível das águas e na redução da função oceânica de poço de carbono.

Foram considerados dois cenários, adianta a AFP, o primeiro dos quais relativo à continuação de um nível elevado de emissões de gases com efeito de estufa, que deverá conduzir a uma subida média da temperatura em quatro graus até 2100.

Neste caso, o custo da degradação dos oceanos foi estimado em 1,98 biliões (milhão de milhões) de dólares por ano, o que corresponde a 0,37% do produto interno bruto mundial, com as perdas do turismo quantificadas em 639 mil milhões de dólares e as da pesca em 343 mil milhões.

O segundo cenário inclui uma redução rápida das emissões nos próximos 90 anos, o que limitaria o aumento da temperatura média do planeta a 2,2 graus centígrados.

Neste caso, os prejuízos causados aos oceanos ascenderiam a 612 mil milhões de dólares, com as consequências negativas para o turismo estimadas em 301 mil milhões e as da pesca em 262 mil milhões de dólares.

"Estes números são apenas a parte emersa do icebergue, mas dão uma indicação do custo que se pode evitar, em termos de futuros desgastes ambientais nos oceanos à escala global", sublinhou o diretor do grupo de investigação sobre a economia do clima no instituto sueco, Franck Ackerman.

Os cientistas explicam as degradações estimadas com vários argumentos, como a acidificação e o aquecimento crescente dos oceanos, a multiplicação de zonas mortas, a subida do nível das águas e a poluição marinha.

As estimativas avançadas pelo estudo estão longe de ser exaustivas, admitem os autores, que consideram que a inação seria "dramática".

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