Moçambique

Moçambique cede mar à Namíbia

Numa cooperação bilateral ainda muito fraca, sobretudo no aspecto económico, o sector das pescas poderá ser a principal bandeira de intercâmbio entre as duas nações, com Moçambique a ceder o mar aos namibianos para pescarem anualmente mais de 35 mil toneladas de diversos mariscos.


Ainda que num nível extremamente fraco, a cooperação política e económica levou o Chefe do Estado namibiano, Hifikipunye Pohamba, a efectuar uma visita de Estado de dois dias a Moçambique. E no seu primeiro dia de visita recebeu, de prenda, a abertura total e completa da vasta costa moçambicana, onde o seu país passa a ostentar o direito de pescar, anualmente, 35.930 mil toneladas de diversos mariscos.

O estadista namibiano foi recebido na manhã de quinta-feira pelo seu homólogo moçambicano, Armando Guebuza, no Aeroporto Internacional de Maputo, ambos acompanhados pelas respectivas esposas. Após uma breve troca de saudações entre as duas delegações, Hifikipunye Pohamba, que se faz acompanhar por uma vasta delegação, composta pelos ministros dos Recursos Minerais, Assuntos dos Veterenos, Indústria e Comércio, Pescas e Negócios Estrangeiros, seguiu para o parlamento, onde se dirigiu aos 203 deputados presentes na sessão solene e demais convidados.

Na ocasião, o Presidente da Namíbia destacou o apoio moral e diplomático prestado pelo executivo moçambicano durante os anos de guerra que o seu país viveu. Ainda no seu discurso, destacou que “A democracia não tem significado se o nosso povo permanecer no desemprego e na pobreza. A nossa democracia não tem significado se o nosso povo ressentir-se de condições básicas como abrigo, água potável, alimentos, cuidados sanitários, educação e segurança humanitária”.

O futuro da cooperação

Durante cerca de uma hora, no denominado encontro tête-a-tête, o estadista moçambicano, Armando Guebuza, recebeu e manteve diálogo com o seu homólogo namibiano no seu gabinete de trabalho, na Presidência da República.

À sua saída, o Presidente da República disse, num breve discurso, que foi tomada em conta na mesa do encontro a situação da região da SADC, revista a e analisada a forma de estimular a cooperação entre os dois estados, abertura de mais parcerias empresariais e a consolidação da paz.

Já o estadista namibiano, que começou por enaltecer o papel desempenhado nas artes pela finada Albertina Lopes, assumiu que a área da cultura poderia ser uma fonte de intercâmbio entre as duas nações, onde o seu país tem notável avanço, sobretudo no teatro.

Mas tomou igualmente em conta a cooperação na área energética e na exploração dos recursos minerais.

Abertura de uma nova era

No seu primeiro dia visita a Moçambique, a delegação presidencial da Namíbia manteve um encontro com a contraparte moçambicana, numa sessão que obedeceu ao formato 1+10, encabeçada pelos respectivos chefes de Estado. Tratou-se, basicamente, de um encontro negocial, onde passaram em revista a cooperação. Na mesa de negociações, foi analisado e concluído que o intercâmbio entre as duas nações teve avanços nas áreas de pescas, Ciência e Tecnologia, Veteranos, Indústria e Comércio e educação.

Foram definidas novas áreas para o relançamento da cooperação, nomeadamente, a componente ambiental, saúde e justiça, pese embora não tenham sido avançados os detalhes que vão nortear a futura parceria nestes novos acordos.

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