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Banco Mundial prevê crescimento superior a cinco por cento este ano

O Banco Mundial (BM) anunciou no dia 18 previsões de 5,2 por cento para o crescimento económico africano em 2012, num estudo que destaca Moçambique como um dos casos de sucesso da economia africana no ano passado.

"Projecta-se um aumento do crescimento para 5,2 por cento em 2012, com outro aumento para 5,6 por cento, em 2013, com a recuperação da economia global. Excluída a África do Sul, o crescimento deverá atingir 6,4 por cento em 2012, antes de se fixar nos 6,6 por cento, em 2013", refere o relatório Africa's Pulse, que o BM divulgou.

Em relação a 2011, o BM refere que os países africanos registaram, em média, um crescimento de 4,9 por cento, pouco abaixo da média de cinco por cento que o continente registava antes da crise. Excluindo a África do Sul, que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da região, o crescimento terá ficado nos 5,9 por cento, um dos mais rápidos das regiões em vias de desenvolvimento.

O relatório do BM destaca ainda o ritmo de crescimento económico de Moçambique, que se situou nos oito por cento em 2011, de acordo com os dados da instituição.

"Entre as economias que cresceram mais rapidamente em 2011, estão os países ricos em recursos, como o Gana, Moçambique e a Nigéria, tendo todos atingido taxas de crescimento superiores a sete por cento", diz também o documento.

No entanto, os países exportadores de metais e de minerais, como a Zâmbia e Moçambique, foram dos que mais sofreram com o abrandamento da produção global industrial durante os últimos meses de 2011, acrescenta.

Apesar da crise económica do final de 2011, nos países desenvolvidos, tradicionais fontes de capital e investimento em África, o fluxo de capitais para o continente aumentou em oito mil milhões de dólares (6,09 mil milhões de euros), para os 48,2 mil milhões, tendo o investimento direto estrangeiro (IDE) contribuído para 83 por cento deste aumento, diz o BM.

"O IDE recente na região foi incentivado pelo aumento da concorrência global por recursos naturais, aumento dos preços das matérias-primas, crescimento económico robusto e uma classe média em rápido crescimento. A região é cada vez mais vista como um destino de investimento", acrescenta.

Para 2012 e para os anos seguintes o BM prevê que a redução da procura europeia prejudique as exportações africanas, mas que o continente consiga compensar esta diminuição com a diversificação dos destinos exportadores.

O estudo Africa's Pulse refere ainda que as medidas de consolidação orçamental tiveram como consequência a redução dos orçamentos de ajuda ao desenvolvimento a África, que caiu 2,7 por cento em 2011, a primeira quebra desde 1997.

"Esta alteração deve preocupar particularmente os países que recebem uma grande parcela da sua ajuda de países onde os orçamentos estão a diminuir ou que dependem muito de ajuda ao desenvolvimento", considera o BM, lembrando que, em mais de 40 por cento dos países na região, a ajuda ao desenvolvimento tem um peso superior a dez por cento do PIB, incluindo São Tomé e Príncipe (25 por cento), Cabo Verde e Moçambique (21 por cento) e a Guiné-Bissau (16 por cento).

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