Moçambique
PRIMEIRO-MINISTRO DE MOÇAMBIQUE:
Imperioso usar linha-férrea para viabilizar porto de Maputo
Maior parte da carga manuseada no porto de Maputo chega através da Estrada Nacional número 4. As linhas-férreas de Ressano Garcia, Limpopo e Goba há muito deixaram de alimentar o porto de Maputo.
O primeiro-ministro lançou o repto a Rosário Mualeia: “Urge reverter este cenário, o que passa pela mobilização de meios logísticos e infra-estruturas para aumentar a capacidade de transporte ferroviário”.
O primeiro-ministro pressionou, quinta-feira, os Caminhos de Ferro de Moçambique – CFM – a investirem nas linhas-férreas de Goba, Limpopo e Ressano Garcia para descongestionar a Estrada Nacional número 4, utilizada nos últimos anos para o transporte de carga.
Aires Ali disse que a crescente utilização da rodovia para o transporte de cargas de natureza diversa, sobretudo minérios, tem reflexos directos na redução acelerada do tempo de vida útil das estradas, no equilíbrio ambiental, no aumento do consumo de combustíveis e do número de acidentes de viação.
“Urge reverter este cenário, o que passa pela mobilização de meios logísticos e infra-estruturas para garantir o aumento da capacidade de transporte ferroviário da carga manuseada no porto de Maputo”, disse. Para o primeiro-ministro, os CFM devem assumir um papel determinante no investimento nas linhas-férreas “na qualidade de parceiro da MPDC e de operador ferroviário”.
Aires Ali destacou o crescimento do porto de Maputo desde a concessão da gestão em Abril de 2003 a esta parte. A empresa prevê manusear este ano 14 milhões de toneladas, contra 4.5 milhões à data da concessão, representando um crescimento de cerca de 200%.
“Este é um dos exemplos inequívocos de que a estratégia do nosso governo, consubstanciada na promoção de parcerias público-privadas está a produzir resultados de grande alcance para a economia do nosso país. Estamos certos que os investimentos que vêm sendo realizados no porto de Maputo terão, em breve, um impacto significativo na transformação real da vida da nossa população”, disse.
O primeiro-ministro apelou ainda às entidades que interagem directa ou indirectamente com o porto de Maputo para que estejam claras sobre a necessidade de apoiar e contribuir para o desenvolvimento desta infra-estrutura. Para Aires Ali, o crescimento do porto de Maputo, quer em termos de volume de carga, quer do ponto de vista de eficiência e competitividade, representará um valor acrescentado para todos.
Disse ainda que os provedores de serviços de agenciamento de carga, linhas de navegação, transportadores, armazenistas, serviços de alfândega e de migração devem-se capacitar para responderem aos desafios impostos pelo crescimento da actividade portuária.
O Plano Director do Porto de Maputo, orçado em cerca de 1.7 bilião de dólares norte-americanos e em fase de execução desde 2009, contempla um programa de investimentos, visando torná-lo mais competitivo e orientado para o mercado internacional.
“A dragagem do canal de acesso, considerado projecto âncora, foi possível, uma vez mais, devido ao esforço conjunto dos parceiros do sector público e privado, os quais constituíram uma empresa para o financiamento da operação, criando, assim, condições para que possam demandar este porto de navios de grande porte e, por conseguinte, viabilizando os demais projectos de construção de novos terminais ou expansão dos já existentes”, acrescentou.
Aires Ali falou ainda da crise financeira no sector ferro-portuário. Disse que não obstante a grave recessão que se abate sobre a economia internacional, o sector de infra-estruturas e de transportes na região Austral de África tende a crescer, dado que o potencial de carga gerado e as necessidades logísticas para o seu transporte são enormes.
O primeiro-ministro disse também que Moçambique deve tirar vantagem da sua localização geo-estratégica, reagindo de forma célere às necessidades do mercado, criando condições de infra-estruturas e de transporte para garantir que os recursos estratégicos gerados nos países do hinterland cheguem ao mercado internacional a preços competitivos.
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