Associativismo
CPLP quer criar fundo de investimento
Os Governos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão a ponderar a criação de um fundo de investimento para promover as relações económicas e empresariais, e continuam apostados em facilitar a emissão de vistos para a circulação e fixação de residência de empresários e investidores dos Estados-membros - revelou ao SOL o ministro da Economia Álvaro Santos Pereira (na foto).
O governante, que falava após a primeira reunião dos ministros do Comércio da CPLP - que decorreu em Luanda -, explicou que o encontro foi uma oportunidade para debater os desafios e reforçar as bases da «lusofonia económica», que é «fundamental não só para o aprofundamento das relações entre os países, mas também para a Internacionalização» das suas economias.
Na declaração conjunta assinada pelos governantes, os Estados da CPLP traçam a estratégia para o crescimento das relações comerciais no seio deste espaço. De acordo com a ministra do Comércio angolana, Idalina Valente, o comércio entre os países da CPLP ronda os 13 mil milhões de dólares anuais, um valor reduzido face às trocas comerciais - no montante de 590 mil milhões de dólares - que os Estados-membros realizam com o resto do mundo.
Portugal e Brasil, os grandes vectores linguísticos
A ministra defendeu a necessidade de se reforçarem as trocas na CPLP. Destacou o papel de Angola - pelas taxas de crescimento económico que o país tem registado, sendo hoje uma das principais economias de África - e sublinhou que Portugal e o Brasil são os grandes vectores de desenvolvimento linguístico da comunidade.
O fomento do empreendedorismo é uma das apostas da CPLP, que definiu, na reunião, as áreas prioritárias. Os ministros decidiram «focalizar a cooperação económica e empresarial em clusters e sectores de desenvolvimento de interesse comum aos Estados-membros, designadamente, conhecimento (Investigação e Desenvolvimento), Novas Tecnologias, Agricultura e Desenvolvimento Rural, Infra-estruturas, Mar e Recursos Naturais, e Energia e Turismo» - lê-se na declaração conjunta assinada em Luanda.
O ministro da Economia português, Santos Pereira, sublinhou que outro dos pontos fortes do acordo é a aposta na melhoria do ambiente de negócios e das parcerias entre empresas, tendo sido criado um grupo de trabalho para aprofundar sinergias empresariais. Em causa, explicou, está, por exemplo, a possibilidade de se melhorarem aspectos ligados à fiscalidade e legislação em geral, para «facilitar a vida das empresas».
No caso das relações luso-angolanas, defendeu, uma das áreas onde pode haver mais sinergias entre empresas dos dois países é nas infra-estruturas de energia e de transportes, assim como nas obras públicas.
Investimento inter-estados
O financiamento de projectos foi também debatido pelos ministros, que querem promover o investimento inter-Estados. A criação de um fundo de investimento é uma das possibilidades em cima da mesa, «aproveitando sinergias de Instituições existentes», explica a declaração conjunta dos ministros. O acesso das pequenas e médias empresas a capitais é outra das matérias que os Governos da CPLP querem «encorajar», nomeadamente «através de instrumentos nacionais».
O reforço das relações económicas e empresariais entre os Estados-membros vai voltar à agenda já em Julho, em Luanda, altura em que decorrerá um Fórum organizado pelo Conselho Directivo da Confederação Empresarial da CPLP.
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