Brasil
PARANAGUÁ E ANTONINA
Plano de modernização do Porto apresentado à comunidade
O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, e representantes do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) apresentaram quarta-feira (27), à imprensa, os detalhes do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Paranaguá (PDZPO). A ação faz parte do processo de ampla divulgação e discussão sobre o plano. O objetivo dos debates é que seja aprovado um documento que esteja de acordo com o anseio de toda a comunidade envolvida nas atividades portuárias.
Antes de ser colocado em prática e virar lei para a administração do Porto, o documento tem que passar pela aprovação do CAP, da Secretaria de Portos (SEP) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo explicou o superintendente da Appa, antes de se aprovar o plano, o debate é imprescindível. “Divulgar e discutir o assunto faz parte do processo. E essa tem sido a nossa preocupação. Dessa vez, como nunca havia sido feito, o debate está sendo intenso e tem envolvido diversas entidades como o Ministério Público, sindicatos, empresas, Faep, Fiep, órgãos ambientais”, afirma Dividino.
No debate com a imprensa, o superintendente lembrou que há dez anos não é desenvolvido um Plano de Zoneamento que ordene o crescimento do Porto. “O último planejamento é de 2002. De lá para cá, estamos falando de dez milhões de toneladas movimentadas a mais e um crescimento de 25%. Não existe infraestrutura que suporte sem planejamento”, diz.
PLANO – O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Paranaguá começou a ser desenvolvido logo nos primeiros meses do atual governo de Estado. Uma empresa com acervo técnico e qualificação – o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina, com auxílio da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc) – foi contratada para desenvolver o plano que agora está em processo de discussão e aprovação.
“Se hoje enfrentamos as dificuldades estruturais e operacionais que enfrentamos, é porque em algum momento alguém deixou de olhar o porto com a devida atenção. O grande desafio é harmonizar o desenvolvimento econômico do porto com o meio ambiente e a cidade”, comenta o superintendente da Appa. Segundo Dividino, esta é a primeira vez que o estudo estatístico, técnico e matemático é desenvolvido de maneira integrada com uma análise ambiental.
Ao esclarecer os parâmetros que regem o estudo do plano, o superintendente lembra que “é desenvolvido em cima de regras preestabelecidas pela SEP, que é quem define a política portuária do país, seguindo diretrizes da Antaq”.
SOLUÇÃO – De acordo com Dividino, além de apresentar um diagnóstico da realidade atual do Porto de Paranaguá, o Plano indica as melhores maneiras de ganhar produtividade e melhorar a forma de trabalhar. “A capacidade do Porto determina o tempo de espera do navio. Se nós não fizermos algo rapidamente vamos continuar impondo a terceiros alguns custos que ele não deveria ter. Estamos tentando corrigir um crescimento que vem desordenado há pelo menos dez anos. Se não planejarmos os próximos cinco anos, daqui a cinco anos estaremos enfrentando os mesmos problemas que hoje enfrentamos”, afirma.
Além de diagnóstico e prognóstico, esclarecidos na coletiva pelo superintendente da Appa, o Plano ainda traz recomendações institucionais, operacionais, de interação porto/cidade, gestão e licenciamento ambiental, e alternativas de expansão. “O grande produto do trabalho são as vinte ou trinta páginas finais, das recomendações. Essas passarão a ser lei quando o Plano for chancelado pelo CAP, SEP e Antaq. Se quiser crescer, o porto terá que cumprir essas recomendações”, afirma Dividino.
“Estamos falando do futuro do Porto. Imagine, em 2030. Se a gente não desenhar isso agora, mais uma vez Paranaguá vai ficar para trás. Digo isso porque os outros estão aprendendo a fazer melhor”, conclui.
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