Moçambique
NAVEGABILIDADE DO ZAMBEZE
Seis empresas concorrem para o estudo do impacto ambiental
Seis empresas estrangeiras manifestaram interesse na realização do estudo de viabilidade sobre a navegabilidade dos Rios Chire e Zambeze, desde Nsanje no Malawi, até ao Chinde, na província da Zambézia, na sequência do concurso lançado pelo governo malawiano.
O anúncio foi feito pelo ministro malawiano dos transportes e infra-estruturas, Sidik Mia.
Mia disse que o seu governo lançou este ano um concurso para a contratação de empresas nacionais e estrangeiras interessadas na realização do estudo de viabilidade, e adiantou que depois do tempo previsto, apenas seis companhias estrangeiras é que apresentaram as suas propostas.
Ele disse que presentemente o governo malawiano e o Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral bem como o Banco Africano de Desenvolvimento estão a apreciar as seis propostas com vista a tomada de uma decisão definitiva.
Mia disse estar esperançado que até finais deste mês será conhecida a empresa que vai levar a cabo o estudo de viabilidade sobre a navegabilidade dos Rios Chire e Zambeze, que em principio terá a duração de dezoito meses.
O governo malawiano recebeu um empréstimo de três milhões e meio de doláres do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para a realização do estudo de viabilidade.
Apesar de não ser uma das prioridades imediatas do governo da Presidente Joyce Banda, o Malawi entende ser necessário explorar várias opções para o acesso ao Oceano Índico em Moçambique, entre as quais a navegabilidade dos Rios Chire e Zambeze.
Este projecto foi concebido pelo falecido presidente Bingu wa Mutharika e uma vez concluído, tinha em vista permitir o acesso do Malawi ao Oceano Indico com vista a reduzir os custos de transporte.
A estratégia do Presidente Bingu wa Mutharika era tornar navegáveis os rios Chire e Zambeze desde Nsanje até ao Oceano Índico em Moçambique, numa distância de duzentos e quarenta quilómetros.
Como parte integrante do projecto, o Malawi construíu um porto fluvial em Nsanje, avaliado em vinte milhões de doláres.
O porto foi inaugurado em Outubro de 2010, mas até agora está inoperacional, porque Moçambique impõe como condição para a navegabilidade ou não dos rios Chire e Zambeze, a realização de um estudo de viabilidade ambiental.
O projecto global, está orçado em seis mil milhões de doláres, e inclui não só o porto de Nsanje, mas também a asfaltagem da estrada Blantyre-Nsanje e a dragagem dos Rios Chire e Zambeze.
Durante a administração de Bingu wa Mutharika, o Malawi tentou em Outubro de 2010, navegar os rios Chire e Zambeze sem autorização do governo moçambicano, o que criou alguma tensão entre os dois países.
Fica ainda uma nota. O Malawi celebra esta sexta-feira quarenta oito anos da proclamação da independência nacional.
Apesar de ser feriado, o governo decidiu impôr sérias restrições em termos de comemorações devido as medidas de austeridade adoptadas pelas autoridades malawianas para fazer face a crise económica.
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