Moçambique

Moçambique «estrategicamente posicionado» para abastecer Brasil, Índia e China de matérias-primas

Moçambique está “estrategicamente bem posicionado” para vir a abastecer de matérias-primas os mais dinâmicos mercados emergentes, nomeadamente Brasil, Índia e China, países de que se está a aproximar, afirma o banco português BPI.

No seu mais recente relatório sobre Moçambique, após uma visita ao país, intitulado “Um Novo Lugar no Xadrez Internacional”, a analista Paula Carvalho dá conta da atenção que incide sobre a economia moçambicana, após as significativas descobertas de depósitos de gás natural feitas recentemente.

Afirma ainda que o desempenho da economia moçambicana nas últimas décadas sobressai em relação aos seus pares africanos, com uma taxa média de 7,2% desde 2000, a par de progressos nos indicadores sociais.

O ano de 2011 foi “um ponto de viragem importante para Moçambique”, com o início de actividade dos grandes projectos de investimento no sector mineiro e em particular da exportação de carvão, e no futuro próximo a previsão de crescimento do BPI assenta no intervalo de 6 a 7%.

“A médio prazo, o potencial de expansão será provavelmente superior e as actuais estimativas poderão ser conservadoras”, afirma a analista.

“As recentes descobertas de gás natural colocam o país no centro das atenções de grandes empresas internacionais na área de energia, pois tudo indica que possua reservas à escala mundial”, adianta.

A nível internacional, estas reservas poderão ser as quartas maiores, atrás da Rússia, Irão e Qatar.

“Caso as actuais estimativas se confirmem, os contornos de desenvolvimento e crescimento económico alterar-se-ão provavelmente num futuro próximo, bem como a posição do país no panorama internacional”, adianta.

“Além de recursos florestais e água em abundância, Moçambique dispõe de pedras preciosas incluindo ouro e possui vastas reservas de carvão e de gás natural, colocando o país na fileira dos potenciais maiores fornecedores a nível mundial”, afirma o relatório do BPI.

Paula Carvalho afirma ainda que a forma como as autoridades locais gerirem os proveitos esperados da exploração de recursos naturais será fundamental para ditar o futuro do país e as probabilidades de alcançar um crescimento inclusivo e um desenvolvimento sustentável.

Apesar do momento positivo, existem ainda “significativos desafios e barreiras”, como o défice de infraestruturas e de recursos de transportes, energia, saneamento, saúde e falta de mão-de-obra qualificada, entre outros.

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