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Nova rota marítima para África ampliará exportações de produtos cearenses

As oportunidades de negócios com o restabelecimento da rota marítima entre portos de Cabo Verde e o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, foram apresentadas para cerca de 100 representantes interessados nas relações internacionais de comércio, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Com a diminuição do tempo de viagem da carga de 35 a 40 dias, para cinco a seis dias e a desburocratização das exportações, a nova rota deve estimular a produção local e ampliar as exportações cearenses.

Com o tema “Canal Aberto – Cabo verde como hub para a África”, o secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior (CCE), Roberto Marinho, reforçou o potencial do mercado com o país africano, que deve receber produtos de setores variados da industrial regional. Segundo Marinho, a África é um continente aberto aos produtos brasileiros e previsão de funcionamento da nova rota será até o final do ano. “Com a diminuição do tempo, produtos perecíveis que antes não aguentavam os 35 dias de viagem poderão ser exportados”, explica. Outro fator positivo é a redução dos custos do frete para o exportador. Enquanto a rota não é implantada, as cargas são embarcadas em voos de uma companhia aérea. Geralmente, paga-se R$ 2,50 por quilo transportado, contabilizando R$ 2,5 mil por tonelada. “Com a nova rota, se pagará no máximo R$ 3 mil para uma carga de 20 mil toneladas”, explica Marinho.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é um grande potencial de mercado para os países que compõem a aliança, afirmou o presidente da Câmara Brasil Portugal, Jorge Chaskelmann. A CPLP é composta por oito países membros: Brasil, Portugal Cabo-Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Leste. Juntos eles somam 251 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ de 2,4 trilhões.

Infraestrutura
De acordo com o presidente da Companhia das Docas do Ceará, Paulo Holanda, o Porto do Mucuripe recebeu intervenções para a efetivação da rota e atualmente dispõe de todas as condições em termos de infraestrutura, armazenagem e tarifas para atender a demanda. Há quase três anos, a nova rota vinha sendo discutida. Em 2011, durante o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), foram estreitados os debates quando empresários cearenses demonstraram interesse em exportar para o continente africano por via marítima.

O evento foi uma realização conjunta da Comissão de Comércio Exterior; da Câmara Brasil Portugal no Ceará, da Câmara Brasil Angola no Ceará; e conta com o apoio do Centro Internacional de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, da Confederação Nacional da Indústria, e da APEX Brasil, além do patrocínio da Termaco.