Angola
PORTO DE LUANDA, ANGOLA
A bordo de um gigante
Porto de Luanda. Os jornalistas foram convidados a comparecer no terminal da Sogester, onde, equipados com botas, coletes e capacetes de segurança, subiram a bordo do maior navio porta-contentores jamais atracado em Angola. Os números são impressionantes.
Com capacidade para transportar 4500 contentores de 20 pés, o navio Cape Coast, construído em Maio de 2011, na Coreia do Sul, tem 249 metros de comprimento (igual ao de três aviões Airbus), 37 de largura e 60,8 de altura. O “gigante”, que custou 2 mil milhões de dólares, foi construído propositadamente para atracar nos portos africanos e faz parte de uma frota constituída por 22 navios (nove começaram a operar em 2011, 11 em 2012 e os restantes dois estarão activos em 2013), a Wafmax.
Tal investimento, segundo a multinacional dinamarquesa Maersk, faz sentido devido a quatro grandes vantagens. Primeira, aumenta a produtividade do porto. Como o navio transporta mais mercadorias é possível reduzir o número de vezes que tem de atracar e o tempo de permanência no terminal.
Segundo os estudos da Maersk, a partir das experiências realizadas nos portos de Tema (Gana) e Apapa (Nigéria), os ganhos de produtividade vão dos 12% aos 20%. Segunda, é a redução de custos. Quanto maior a capacidade do navio, menores são os custos de transporte. Paralelamente, ao transportar mais contentores de uma só vez, decrescem os custos de logística, armazenamento e congestionamento. As poupanças, segundo o estudo, foram de 80 milhões de dólares por ano em Tema e de 131 milhões em Apapa. A terceira, que resulta das anteriores, é o aumento do potencial de trocas comerciais (mais 760 milhões de dólares na Nigéria e 490 milhões no Gana). A última vantagem é intuitiva.
Menos paragens nos portos significa menos consumo de combustível e menos emissões de carbono (a redução da pegada ecológica estimada é de 30% por contentor transportado). “Os portos na África Ocidental estão entre os menos eficientes e mais congestionados do mundo. Os navios Wafmax melhoram o ambiente de negócios na região”, resume Bruno Silva, director comercial da Maersk em Angola.
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