Portugal

Brasileira Rio Nave mantém interesse nos Estaleiros de Viana do Castelo

Lisboa - A empresa brasileira Rio Nave mantém o seu interesse na privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e defende que a proposta apresentada pela empresa portuguesa, cujo período de vigência terminava a 4 de fevereiro, continua em vigor.

"A Rio Nave nunca deixou de ser um dos interessados à privatização dos Estaleiros. Não retirámos a nossa proposta. Esta venceu a 4 de fevereiro mas acreditamos que se mantém por período indeterminado", declarou o advogado da Rio Nave, José Pereira de Sousa, ao "Diário Económico".

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O representante do grupo brasileiro reagiu desta forma às declarações do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que admitiu quarta-feira no Parlamento ter tido "eco de que os brasileiros estarão interessados em fazer uma reavaliação da situação".

Segundo a edição desta quinta-feira do "Diário Económico", o representante da Rio Nave explica que foi enviada uma carta ao Banco Espírito Santo (BES) e ao Governo a explicar qual era a posição da empresa brasileira e defendendo que a sua proposta continua em vigor.

De acordo com a mesma fonte, a Rio Nave analisará novamente o processo caso existam alterações ao caderno da reprivatização, nomeadamente através da adopção de um modelo alternativo, como uma subconcessão dos Estaleiros, possibilidade avançada aos deputados pelo ministro da Defesa.

O processo de privatização da ENVC reuniu vários interessados, entre os quais o Estado português seleccionou dois para uma fase final, nomeadamente a brasileira Rio Nave e a empresa de origem russa RSI Trading.

A operação tem demorado mais tempo que o previsto porque a Comissão Europeia decidiu entretanto realizar uma investigação aprofundada para verificar se a ENVC recebeu ajudas de Estado ilegais.

Ainda este mês a imprensa portuguesa chegou a noticiar a desistência da Rio Nave desta privatização, citando fonte governamental.

Controlada pelo grupo Estai, a Rio Nave é uma empresa de construção naval do Rio de Janeiro, ocupando um espaço de 150 mil metros quadrados e dando emprego a 1.500 pessoas.

A privatização da ENVC faz parte do programa luso de privatizações, que já vendeu a maior parte das posições do Estado na EDP e na REN. Na venda da EDP a brasileira Eletrobras chegou a fazer uma oferta de aquisição, mas a proposta escolhida foi a da China Three Gorges. Também na privatização da ANA chegou a haver interesse brasileiro, mas o Governo optou por alienar a concessionária de aeroportos ao grupo francês Vinci.

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