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Como grupo, Brics tropeçam na indefinição entre parceria e concorrência

Preferência pelo comércio regional, diferenças políticas e interesses econômicos diversos dificultam maior cooperação entre Brasil, Rússia, Índia, China e África Sul, durante anos motores da economia mundial.

Durante quase uma década, os Brics demonstraram um crescimento impressionante. Entre 2003 e 2008, as economias de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul tiveram expansão anual média de 8%. Quando a crise financeira europeia e americana ameaçou se alastrar por todo o mundo, foram principalmente esses países que levantaram os ânimos e protegeram a economia global de uma profunda depressão.

Em Março, representantes dos Brics reuniram-se em Durban, na África do Sul, em situação diferente da de dez anos atrás, quando a sigla foi criada pelo economista americano Jim O'Neal. O crescimento de antes já não é tão robusto, e as nações começam a perder fôlego. Mesmo assim, Dirk Messner, diretor do Instituto Alemão de Política de Desenvolvimento (DIE), diz não acreditar que os países emergentes, tão celebrados até há pouco, corram risco de não servirem mais de motor de crescimento para a economia mundial.

Messner aponta que os altos percentuais de crescimento do milagre econômico chinês já são coisa do passado. Algo que, segundo ele, não é surpreendente. "Não temos no mundo uma economia que, durante quatro ou cinco décadas, tenha crescido mais de 10% ao ano. A China está entrando agora numa fase de normalização com um crescimento de 6 a 8%. Isso ainda é muito dinâmico", afirma o especialista em entrevista à DW.

Jürgen Matthes, do Instituto de Economia Alemã (IW), parte do princípio de que o motor do crescimento dos Brics vai continuar girando: "Além disso, o potencial de recuperação desses países frente ao dos países industrializados ainda é relativamente grande", diz.

Brasil: perspectivas favoráveis

As opiniões dos economistas são, contudo, diferentes em relação aos países individualmente. "Para o Brasil, as perspectivas são extraordinariamente favoráveis, porque o país dispõe da combinação entre um forte desenvolvimento industrial, de um lado, e uma base enorme de recursos, do outro", analisa Messner.

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