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DIRECTOR-GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO:

Negócios da lusofonia geram rendimentos

O novo director-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, afirmou que Portugal e outros países lusófonos têm muito a ganhar se conseguirem gerar negócios fora das suas fronteiras.

“A facilitação do comércio e das trocas comerciais é necessariamente um ganho importante para Portugal”, disse Roberto Azevêdo, apontando que o bem-estar social e a redistribuição de riqueza estão “intimamente associados à capacidade de Portugal gerar negócios fora das fronteiras da União Europeia”.

O diplomata salientou que Portugal, enquanto membro do maior bloco comercial do mundo, e os restantes países lusófonos têm muito a ganhar com a redinamização da OMC e se conseguirem “fortalecer a sua presença nos fluxos comerciais internacionais”.
O responsável lembrou que as regras e disciplinas da Organização Mundial de Comércio, que passa a presidir a partir de 1 de Setembro, ajudam e favorecem o aumento desses intercâmbios.

Roberto Azevêdo lembrou que os países lusófonos são um bloco muito diversificado, em que cada um dos oito membros tem a sua experiência própria na OMC, mas todos podem beneficiar muito das actividades da organização. O diplomata brasileiro foi parco nas palavras quando questionado sobre Angola, afirmando que cada país encontra maneiras de participar nos fluxos comerciais internacionais da maneira mais adequada, para as suas políticas de crescimento económico e social.

“Acho que os modelos fechados não são modelos sustentáveis e que, de uma maneira geral, os governos devem procurar a criação de eficiências e desenvolvimento de uma competitividade global e internacional”, apontou.
Roberto Azevedo disse ter a certeza de que Angola vai encontrar o seu modelo de inserção nas redes de comércio internacional e que isso vai beneficiar todos os seus cidadãos.

Sobre Moçambique, o novo director-geral da OMC disse tratar-se de um país com vocação muito forte na produção de matérias-primas e que pode beneficiar das disciplinas comerciais que regulamentam as transacções comerciais nessa área.
O diplomata brasileiro manifestou-se esperançado de que as negociações bilaterais entre a União Europeia e os países do Mercosul cheguem a bom porto, mas lembrou que o processo não vai estar nas suas mãos. O responsável salientou que existe um forte interesse ­político em avançar nesse sentido, mas admitiu que as negociações bilaterais também foram contaminadas pela paralisação da Ronda de Doha.

Iniciadas em 2001 para facilitar o comércio mundial, essas negociações encontram-se paralisadas desde 2008, devido a uma série de divergências entre os países ricos e pobres, sobretudo no que diz respeito à questão agrícola.
“Se, por um lado, a paralisação da Ronda (de Doha) poderia favorecer as negociações bilaterais, por outro lado, a eclosão da crise anulou esse estímulo. E portanto essas negociações ainda não foram retomadas a pleno vapor mas há, pelo que entendo, um interesse político forte dos dois lados de mudar esse quadro”, concluiu.

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