Moçambique

Carvão rende 52 milhões de dólares a Moçambique

O PROCESSO de escoamento do carvão mineral extraído na bacia sedimentar do Zambeze, em Tete, através da Linha de Sena até ao Porto da Beira, na província de Sofala, já rendeu este ano aos cofres da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique mais de 52 milhões de dólares norte-americanos com o manuseamento de cerca de três milhões de toneladas daquele minério, contra 1,5 milhão de igual período do ano passado.

Trata-se, segundo o director-executivo dos CFM-Centro, Cândido Jone, de uma produção das companhias brasileira Vale e australiana Rio Tinto, enquanto a indiana Jindal e a nacional Minas de Moatize transportam a sua produção por via rodoviária.

Falando esta semana por ocasião da primeira visita de trabalho do Ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse ao complexo ferro-portuário da Beira, aquele gestor fundamentou ainda que tal operação envolveu até à última terça-feira um total de 82 navios que transportaram o mineral para o mercado asiático, australiano, americano e europeu contra apenas 32 embarcações do igual período do ano passado.

Na globalidade, até àquele dia, o Porto da Beira, sob gestão da Cornelder de Moçambique, havia cerca de cinco milhões de toneladas métricas com destaque para o carvão mineral de Tete da Vale e Rio Tinto, contra 2,2 do mesmo período do ano passado.

Mesmo assim, de acordo com a avaliação do titular da pasta dos Transportes e Comunicações, reina ainda grande desafio nesta componente, especificamente na transformação do nosso país em uma janela através da qual o carvão de Tete passa, efectivamente, a interagir com o mundo.

Todavia, reconheceu que os CFM têm estado à altura desse desiderato com visão até ao longo prazo, respondendo assim à actual demanda de transporte dessa importante mercadoria para a economia do nosso país.

Muthisse tomou como exemplo as obras em curso do aumento da capacidade da Linha de Sena de 6,5 para 20 milhões de toneladas por ano até Fevereiro de 2015, para além da ampliação do Porto da Beira para manusear nesse período até 26 milhões de toneladas por ano somente de carvão mineral.

Neste caso específico da logística de carvão colocou o desafio de nunca ser o sector ferro-portuário nacional o “nó de estrangulamento”, havendo interesse na execução de obras nos Portos de Nacala e de Macuze para, efectivamente, responder à logística do carvão.

Contudo, o governante avançou que os números que estão a ser recolhidos no carvão para ser transportado pelas linhas férreas e portos nacionais são muito elevados, avaliados em aproximadamente 100 milhões de toneladas por ano e se o complexo ferro-portuário da Beira conseguir manusear 20 milhões num curto espaço de tempo vai ser muito gratificante.

No geral, chamou particular atenção às instituições subordinadas ao Ministério dos Transportes e Comunicações no sentido de redobrarem esforços para ampliar o manuseamento da carga dos tradicionais utilizadores do Porto da Beira como Zimbabwe, Malawi, Zâmbia e RD Congo para poder continuar a interagir com o mundo.