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Obras no Canal do Panamá sofrem novo impasse

A situação em torno da ampliação do canal de Panamá voltou a sofrer mais um impasse, quando a parte panamenha descartou a mediação da Comissão Europeia (CE) na véspera de uma reunião com a seguradora.

O conflito surge porque o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), adjudicatário da obra e liderado pela espanhola Sacyr e pela italiana Salini Impregilo, reclama mais de 1.600 milhões de dólares que atribui a "imprevistos" que o deixaram sem liquidez, mas que a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) não reconhece.

A atenção centra-se agora numa reunião com a seguradora do projeto, a Zurich, anunciada pelo administrador da ACP, Jorge Quijano, na quinta-feira passada, quando assinalou que esta semana seria decisiva para a solução da crise.

Quijano disse que o contrato estabelece que, caso o consórcio abandone as obras, estas podem ser assumidas diretamente pela seguradora, ou então esta pode pagar a fiança à ACP, que assumiria o controlo e terminaria o projeto através de empresas subcontratadas.

A decisão que pode sair do encontro de hoje com a seguradora é incerta, mas Quijano diz que a reunião faz parte da preparação da ACP para enfrentar qualquer eventualidade "e retomar as obras o mais depressa possível".

Por enquanto, a paragem total das obras, anunciada para hoje pelo consórcio num pré-aviso de 30 de dezembro, não se concretizou, embora o GUPC diga que pode tomar essa medida "a qualquer momento".

A ACP argumenta que a notificação de suspensão "é inválida" porque está baseada numa cláusula que não se aplica ao caso e que a quebra do ritmo de trabalho no projeto, de pelo menos 70% segundo os seus cálculos, carece de "justificação".

O projeto de ampliação foi adjudicado ao GUPC por um valor global de 5.250 milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros), que incluem a construção do novo complexo de comportas que permitirão duplicar a carga que passa pela via aquática.

O conflito atual pode provocar um novo atraso nas obras de expansão do Canal do Panamá, que começaram em 2007 e prevê-se que estejam concluídas em junho de 2015, nove meses após o acordado.

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