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Gás de Moçambique e petróleo do Brasil podem dar maior importância internacional à CPLP

O gás de Moçambique e o petróleo do Brasil vão mudar a percepção que o mundo tem da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na opinião de Manuel Ferreira de Oliveira, presidente da portuguesa Galp Energia, empresa que opera também em Moçambique e Brasil.

Nos países da lusofonia, especificamente em Angola, Moçambique e Brasil, desde 2006 até hoje, ocorreram 26 por cento de todas as novas descobertas de petróleo e gás. E das descobertas no mar profundo, 52 por cento. A taxa de crescimento desta actividade vai ser explosiva, diz Ferreira de Oliveira, numa entrevista ao diário luso 'Público' por telefone a partir de Maputo, a capital moçambicana.

'Não tenho dúvida que, nesta década em que estamos a viver, vai posicionar a CPLP em termos geopolíticos no mundo. Moçambique tem hoje em desenvolvimento o maior projecto de gás do mundo e o Brasil o maior projecto de petróleo do mundo. Estar nestes dois projectos é um privilégio enorme e uma responsabilidade gigantesca', sublinha o CEO da portuguesa Galp Energia. Em 2020, a Galp espera produzir 300 mil barris de petróleo por dia, 80 por cento dos quais no Brasil.

A Galp Energia está presente em Moçambique desde 2007, entrada marcada pela assinatura do contrato de farm-in com a italiana Eni e com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), de Moçambique, para a exploração da área 4, localizada nas águas ultra-profundas da bacia de Rovuma, no norte do país.

As reservas de gás natural do Rovuma estão entre as maiores do mundo, atraindo várias multinacionais como a norte-americana Anadarko, a japonesa Mitsui, a BPRL Ventures e Videocon (ambas da Índia), entre outras.

Em Outubro de 2013, o presidente do Conselho de Administração da ENH, Nelson Ocuane, quantificou em 180 triliões de pés cúbicos o volume de gás descoberto na Bacia do Rovuma pelo consórcio em que a ENH é parte com a americana Anadarko e a italiana ENI, projectando uma evolução das estimativas até 200 triliões de metros cúbicos.

Estão previstos investimentos na ordem dos 40 mil milhões de dólares norte-americanos (29,5 mil milhões de euros) para a fase de produção de gás natural na Bacia do Rovuma.

'Estes são os valores estimados para a primeira fase, mas, tendo em conta que ao fim de 30 anos todos os custos estarão recuperados, as receitas fiscais vão aumentar', adiantou o presidente do Conselho de Administração da ENH.

Segundo a ENH, que gere as participações do Estado moçambicano nos recursos minerais, 'todos os esforços estão a ser feitos' para que a produção de gás em Moçambique arranque em 2018.

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