Volte face nas negociações entre Cabo Verde e a União Europeia no que respeita ao acordo de pescas. Depois de as negociações terem estado quase concluídas, Cabo Verde voltou atrás e apresentou novas exigências financeiras.
As negociações tiveram início em 2013 e o último encontro realizou-se em Abril deste ano mas, segundo o site AfricaMonitor, que cita fonte do governo espanhol, Cabo Verde terá apresentado novas exigências financeiras “que a União Europeia não aceitou”.
Segundo o mesmo site as negociações têm decorrido mas com o aproximar da data em que expira o actual acordo, “parece inevitável que a pesca em águas cabo-verdianas seja suspensa nas próximas semanas” estando o ministério das Pescas e Agricultura espanhol a procurar alternativas no Oceano Indico.
O actual acordo de pescas entre Cabo Verde e a União Europeia permite o acesso de 66 embarcações de pesca da União Europeia. Na sua maioria estas embarcações são espanholas, sendo as restantes de origem portuguesa e francesa.
Contactada pelo Expresso das Ilhas a delegação da União Europeia optou por não comentar a situação e remeteu para o governo de Cabo Verde qualquer explicação sobre o assunto.
De recordar que recentemente o Expresso das Ilha noticiou que a Direcção Geral dos Recursos Marinhos autorizou a captura de camarão soldado, caranguejo e tubarão azul durante a época piscatória 2014/2015.
Juvino Vieira, Director Geral dos Recursos Marinhos anunciou que estas espécies foram incluídas no Plano Executivo Bianual de Gestão de Recursos Pesqueiros, que determina um conjunto de medidas que assegure a exploração sustentável e racional dos recursos marinhos.
Além da captura controlada destas espécies, o plano autoriza pesca do atum isca, como parte de uma parceria entre a referida entidade e os armadores. Por outro lado, o chicharro, de tamanho inferior aos 16 centímetros e pepino do mar continuam a ser proibidos, tanto na captura como na comercialização.
Entretanto, o citado Plano também legaliza pesca de tubarão, mas essa actividade é criticada por várias organizações ambientalistas, como Biosfera I, uma vez dizem que muitos barcos europeus fazem capturas de maneira indiscriminada no mar cabo-verdiano.