Autoridades de Cabo Verde vão tornar obrigatório uso de GPS na pesca

O Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP) de Cabo Verde está a trabalhar na proposta de uma legislação que obrigue os pescadores a terem o GPS (Sistema de Posicionamento Global) nas suas embarcações como forma de precaver acidentes nos mares do arquipélago.

Citado pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), o diretor regional do INDP para Sotavento, Victor Tavares, indicou que ainda existem várias embarcações que saem para a faina sem o GPS e nem materiais de segurança, nomeadamente colete salva-vida e bússola.

"Ainda não há legislação sobre a matéria, mas a ideia já foi socializada com os responsáveis da área, no sentido de se criar um mecanismo que proíba essas embarcações de saírem para a faina sem material de segurança", revelou.

O responsável do INDP explicou que o objetivo é impedir acidentes por parte das embarcações, principalmente as sem motor e de boca aberta, em épocas do ano de maior risco, como nos meses junho e julho, ou nas primeiras semanas de cada ano.

"Os pescadores precisam mudar de mentalidade, já que não há uma cultura de segurança", disse Victor Tavares, sublinhando que há orientações que devem ser acatadas de uma forma mais célere, como é o caso das informações meteorológicas com recomendação para os pescadores não irem ao mar.

Victor Tavares considera necessário que as autoridades, como o INDP, trabalhem com as associações na sensibilização dos pescadores e armadores sobre esta questão.

A desobediência por parte dos pescadores que utilizam pequenas embarcações de boca aberta às orientações por parte das autoridades marítimas para não se fazerem ao mar no caso de condições atmosféricas adversas, tem dado lugar a diversos acidentes com embarcações que desaparecem no mar com os seus ocupantes, sem deixarem rastos que permitam a sua localização pelas equipas de busca.

É o caso, por exemplo, do bote de pesca, com dois pescadores a bordo, que se encontra desaparecido no mar desde o passado dia 13 de janeiro, apesar de as autoridades marítimas terem desencadeado de imediato uma operação de busca e salvamento e que até agora não permitiu localizar a embarcações e os seus ocupantes. Panapress

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