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Moçambique 

Moçambique rejeita navegação comercial nos rios Chire e Zambeze

Moçambique rejeitou a pretensão do governo da Malawi em utilizar os rios Chinde e Zambeze para navegação comercial, anunciou o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, citado pela Rádio Moçambique.

Representantes de Moçambique, do Malawi e da Zâmbia reuniram-se em Lilongwe para analisar os resultados de um estudo encomendado a consultores independentes sobre a navegabilidade daqueles dois rios.

O Malawi pretendia obter autorização de Moçambique para iniciar a navegação nos dois rios para o transporte fluvial das suas importações e exportações até ao porto de Chinde, na província da Zambézia, numa distância de 240 quilómetros.

No final da reunião, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse que a primeira grande conclusão a que o consultor chegou é que os rios Chire e Zambeze não são navegáveis comercialmente na sua forma natural, tendo para isso sugerido a necessidade de fazer uma dragagem de cerca de 1,5 metros com vista ao aumento da profundidade.

“Para fazer a dragagem inicial é preciso gastar cerca de 18 milhões de dólares, depois são necessários mais 30 milhões de dólares anualmente para garantir a dragagem de manutenção, mais 50 milhões de dólares para fazer a limpeza da vegetação que circunda os dois rios, além de outros custos em investimentos em infra-estruturas portuárias e de exploração”, referiu Mesquita.

O relatório do consultor indica igualmente que o período de navegação naqueles dois rios será apenas de 36% ao ano, ou seja, a navegabilidade só será possível em cerca de quatro a cinco meses, de acordo com o matutino Notícias, de Maputo.

Face a estas conclusões, Carlos Mesquita disse não fazer sentido considerar que os dois rios são navegáveis em termos comerciais nem despender grandes somas, tanto mais que as mercadorias que estão asseguradas para 2015/2016 não excedem 250 mil toneladas.

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