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Excesso de Panamax dificulta recuperação nos fretes Mais de 100 navios Panamax clássicos (4 mil a 5.300 TEU de capacidade) deveriam ser desmantelados nos próximos meses para se alcançar um equilíbrio entre oferta e procura no transporte marítimo, refere a prestadora de serviços Alphaliner, citada pelo World Maritime News. Segundo o jornal, somente uma tal redução de tonelagem disponível levará a um aumento do preço dos fretes, situado entre 3.900 e 4.200 euros diários. Claro que isto pode levar a decisões difíceis, como abater navios com 10 anos que estão na véspera de uma segunda inspecção. No entanto, essa é a consequência da falta de liquidez dos donos dos navios, que têm dificuldade em fazer face aos custos relacionados com a inspecção e optam por abandoná-los, vendendo-os para reciclagem ou a outros proprietários por um preço irrisório. O jornal refere que desde a abertura das novas eclusas do Canal do Panamá, em 26 de Junho, pelo menos 120 destes navios foram retirados de rotas do canal. “E o êxodo continua, com uma retirada de mais 30 a 40 navios nos próximos meses”, refere a Alphaliner, citada pelo jornal. A empresa admite mesmo que a redundância neste segmento deve atingir os 150 a 160 navios no final do primeiro trimestre de 2017. Entretanto, o mesmo jornal, com base em dados da consultora Drewry, refere que o baixo nível das tarifas dos fretes levará a um aumento das demolições dos navios tanque ao longo dos próximos dois anos. Uma tendência que poderá conhecer uma aceleração nos anos seguintes devido às regras impostas pela Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês) relativamente aos sistemas de tratamento das águas de lastro. De acordo com as novas regras, todos os navios que vão para o alto mar devem ter estes sistemas instalados até Setembro do próximo ano. Os navios actuais terão um período de tolerância para se adaptarem, relacionado com os prazos estabelecidos para as inspecções. No entanto, os que tiverem inspecções marcadas para depois do segundo semestre de 2018, terão que estar adaptados até Setembro do próximo ano. Sucede que nem todos os proprietários têm meios para fazer face ao custo da adaptação, pelo que poderão ser forçados a dispensar os navios. A Drewry estima que cerca de 74 navios tanque com 14 milhões de toneladas de porte bruto (deadweight tonnage, ou dwt) para transporte de crude e 114 navios tanque para outros produtos com 5,6 milhões de toneladas de porte bruto (dwt) terão inspecções entre meados de 2018 e 2021, pelo que serão potenciais vítimas das novas regras. “Não esperamos que todos estes navios sejam demolidos, dado que muitos estão sujeitos a alugueres de longa duração a preços interessantes, justificando a despesa adicional da adaptação aos sistemas de tratamento das águas de lastro”, refere Rajesh Verma, analista da Drewry, citada pelo jornal. A mesma responsável, porém, acrescenta que “no entanto, uma vez que o mercado está excedentário, ao navios mais antigos terão menos procura, o que forçará muitos proprietários a dispensá-los para reciclagem antes da próxima inspecção”.
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