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Corporação Interamericana de Investimento quer mais empresas portuguesas na América Latina

O presidente executivo da Corporação Interamericana de Investimento (CII), James Scriven (na foto), considera que há espaço para aumentar a presença de empresas portuguesas nos países da América Latina.

“Na América Latina, apesar de não ter havido um crescimento significativo nos últimos dois anos, acreditamos que existem importantes oportunidades de investimento para as empresas portuguesas”, disse o responsável em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, no âmbito de uma deslocação que inclui reuniões com responsáveis governamentais.

Para James Scriven, uma área a destacar nos países latino-americanos será a das infraestruturas, onde existem inúmeras oportunidades de negócio, nomeadamente ao nível de parcerias público-privadas para as empresas portuguesas investirem.

“Vemos que esta é uma importante área de negócio a investir. Também a área dos transportes, nomeadamente em países como a Colômbia, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, entre outros”, disse.

Outra das áreas-chave nestas geografias que poderá interessar aos empresários portugueses é o setor das energias, especialmente as renováveis.

“Estamos muito comprometidos com empresas por toda a Europa que querem investir na América Latina, sobretudo em países que procuram projetos de energia renovável e existem já várias empresas europeias interessadas”, disse.

Segundo James Scriven, a CII está assim apostada em aumentar a presença de Portugal, enquanto um importante membro da corporação, na América Latina.

A corporação, com sede em Washington, dedicada ao financiamento e assessoria de empresas que queiram investir no desenvolvimento da América Latina e do Caribe, faz parte do Grupo Interamericano de Desenvolvimento (GID) e gere atualmente um portefólio de 7,1 mil milhões de dólares (cerca de 6,8 mil milhões de euros) distribuídos por 420 projetos em 20 países.

“Investimos três mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros) na América Latina anualmente, mas não temos um limite, tudo depende do projeto”, disse.

O presidente executivo da CII está em Portugal para divulgar a disponibilidade da corporação para financiar projetos do setor privado e fomentar alianças com o setor privado português no desenvolvimento da América Latina.

“Esta não é a nossa primeira visita, nem será a última. Temos pouco contacto e queremos interagir mais com o setor privado português”, disse o responsável, referindo que existem oportunidades de negócio para as empresas portuguesas investirem atualmente em “quatro grandes setores”: os transportes, a energia, a agricultura e o setor bancário.

James Scriven acrescentou ainda alguns setores “emergentes” ligados a tecnologias, telecomunicações, turismo, indústrias.

“Temos uma experiência muito abrangente na América Latina”, sublinhou.

Esta quinta-feira mesmo, o responsável estará presente numa sessão de apresentação da “renovada” CII, depois de um ano em reestruturação, organizada pela AICEP Portugal Global, o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças e o Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A CII é responsável por todas as operações do Grupo BID com o setor privado e disponibiliza instrumentos financeiros para projetos de investimento de empresas nos seus países de operação na América Latina e Caraíbas.

A sessão em Lisboa dirige-se a instituições e a empresas com presença e interesse em investir na América Latina e Caraíbas com projetos de investimento sustentáveis, com uma dimensão relevante e impacto no desenvolvimento local.

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