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História | ||
Naufrágios no Mediterrâneo revelam nascimento da globalização no comércio A descoberta de várias embarcações antigas no Mediterrâneo reescrevem a história e revelam o nascimento da globalização no comércio. Durante várias décadas, arqueólogos vasculharam o Mediterrâneo à procura de naufrágios de embarcações que afundavam nas antigas rotas de navegação. Agora, uma equipa de investigadores encontrou uma frota de naufrágios helénicos, romanos, islâmicos e otomanos que revelam o nascimento da globalização no comércio. “Isto é verdadeiramente inovador, uma das descobertas mais incríveis do Mediterrâneo“, disse o líder da equipa de investigadores, Sean Kingsley, citado pelo The Guardian. Algumas das embarcações foram encontradas a 2.200 metros de profundidade. Os arqueólogos envolvidos na investigação salientam que estas descobertas podem ajudar a reescrever a história da forma como a conhecemos. Uma das principais descobertas é um navio mercador otomano do século XVII, descrito como “um colosso absoluto”. O navio era de uma dimensão tão grande, que os especialistas dizem que cabiam no convés dois barcos de porte médio. A carga encontrada era pertencente a 14 culturas e civilizações. O achado revela uma rota marítima de seda e especiarias anteriormente desconhecida, que vai da China à Pérsia, ao Mar Vermelho e ao leste do Mediterrâneo, escreve o jornal britânico The Guardian. “Os bens e pertences das 14 culturas e civilizações descobertas, abrangendo num lado do mundo, China, Índia, Golfo Pérsico e Mar Vermelho e até ao oeste do norte de África, Itália, Espanha, Portugal e Bélgica, são notavelmente cosmopolitas”, realça Kingsley. “Com 43 metros de comprimento e uma carga de 1.000 toneladas, é um dos exemplos mais espetaculares de tecnologia marítima e comércio em qualquer oceano. O seu tamanho é igualado pela abrangência dos seus carregamentos”. Entre a carga foram encontradas 360 peças de porcelana chinesa. Escondidos no porão, estavam os mais antigos cachimbos de barro otomano encontrados. Provavelmente eram ilícitos porque havia proibições severas contra a prática de fumar. “Através do tabagismo e do café nos cafés otomanos, a ideia de recreação e sociedade educada – características da cultura moderna – surgiu. A Europa pode pensar que inventou noções de civilidade, mas as chávenas e bules de café destruídos provam que o ‘oriente bárbaro’ era mais pioneiro do que um remanso. O primeiro café de Londres só abriu portas em 1652, um século depois do Levante“, explicou ainda Kingsley.
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