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FUTURO 
MARTIN STOPFORD:

Veremos a ocorrência de mais short sea shipping no pós-COVID-19

Durante vídeo-conferência levada a cabo pela SMM, envolvendo grandes nomes do Shipping global, uma ideia primacial ficou patente: a pandemia de COVID-19 poderá dar origem a uma nova janela de oportunidade para a tão desejada descarbonização do transporte marítimo. Martin Stopford, presidente da Clarksons Research, participou na Advanced Press Conference e analisou as novas ondas de inovação que tentarão dar resposta ao enigma da descarbonização; a abordagem aflorou ainda o pós-COVID-19 e a prevalência do short sea shipping.

Certezas? Apenas uma: «O diesel é um material maravilhoso e substituí-lo não será fácil», atirou. O desafio, portanto, será duro, custoso e obrigará a fértil engenho, como a solução proposta pela empresa bound4blue. No caminho rumo à ambicionada descarbonização até 2050 (estratégia a longo prazo definida pela UE), são esperadas três ondas de inovação em relação a futuros combustíveis para navios, de acordo com Martin Stopford. A primeira vaga, explicou, será encabeçada pelas embarcações de propulsão convencional, mas optimizadas para uma mitigação das emissões poluentes. Algo que já é realidade nos dias que correm.

Segundo o responsável, seguir-se-ão os navios alimentados a gás e híbridos ou eléctricos, com baixas emissões, avançados sistemas de controlo digital e baterias. Na terceira vaga, as células de combustível permitirão que os navios operem sem emissões, explicou Martin Stopford. Tudo isto ocorrerá em concomitância com outros desafios árduos, como a digitalização, as mudanças climáticas e a crise pandémica, que entra agora em recessão. O presidente da Clarkson Research lembrou que o crescimento do comércio global estava já a diminuir antes do surgimento do COVID-19.

«Estamos a entrar numa era em que a globalização não é mais o problema. Veremos a ocorrência de mais short sea shipping e de manufactura local», anteviu Martins Stopford, que prevê três possíveis cenários para o Shipping na ressaca do novo coronavírus: no melhor dos casos, o comércio marítimo voltará a aumentar em 2023, crescendo 3,2% ao ano; no segundo cenário, dá-se uma recessão prolongada, com o comércio mundial a regredir em cerca de 1% entre 2020 e 2024, seguido de um crescimento renovado a uma taxa de 2,2%.

O terceiro cenário elaborado por Stopford é o mais pessimista: «No cenário número três dá-se uma recessão prolongada no tempo, com o comércio marítimo a diminuir em -17% até 2024», comentou.

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