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PALOP regressam ao crescimento económico já este ano O Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA) estima que todas as economias lusófonas em África vão crescer este ano, prevendo também uma expansão para todas em 2022, à exceção da Guiné Equatorial. De acordo com o relatório divulgado em Nova Iorque sobre a Situação Económica e Perspetivas Mundiais, depois de um ano marcado pelo crescimento negativo em todos países africanos lusófonos, a recuperação será liderada por São Tomé e Príncipe, que deverá registar uma taxa de crescimento de 4,7% este ano. O relatório sobre as perspetivas económicas e mundiais chama a atenção para a incerteza que rodeia estas previsões, sujeitas a um grau maior do que o normal devido à possibilidade de terem de ser tomadas novas medidas de confinamento para evitar a propagação da pandemia de covid-19, que teve um efeito muito negativo no continente. "O continente africano tem passado por uma crise económica sem precedentes com grandes impactos adversos no desenvolvimento a longo prazo do continente", lê-se no relatório, que estima que no ano passado o crescimento económico em África tenha regredido 3,4% e que este ano deverá avançar igualmente 3,4%, em média. Depois de cinco anos com crescimento económico negativo, Angola deverá sair da recessão este ano, crescendo 1,2%, uma estimativa significativamente acima da previsão do Governo, que antecipa uma recessão, e da previsão do Fundo Monetário Internacional, que recentemente reviu em baixa a previsão para uma expansão económica de 0,4% do PIB em 2021. Cabo Verde, o país lusófono que teve a maior quebra em 2020, seguido da Guiné Equatorial, com 8%, também deverá recuperar este ano, embora para um valor mais baixo do que a média a rondar os 5% dos últimos anos. A UNDESA prevê que o arquipélago cresça 3,4% este ano, desde que o turismo mundial volte a recuperar e que a pandemia seja controlada a curto prazo, permitindo um abrandamento das medidas de combate à evolução do vírus. No documento, os peritos da ONU vincam que os países exportadores de matérias primas e os dependentes dos fluxos de turismo foram particularmente afetados, o que explica as fortes quebras de atividade económica registadas nos lusófonos nestas categorias, como Angola e Guiné Equatorial, por um lado, e Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, por outro. O relatório alerta também que a crise agravada pela pandemia, que já fez mais de 85 mil mortos e mais de três milhões de infetados no continente, "está a causar um aumento no desemprego, pobreza e desigualdade, o que ameaça arrasar com os ganhos em desenvolvimento nas últimas décadas", lamenta a UNDESA, alertando que as condições de financiamento ficaram mais difíceis e os níveis de dívida pública estão a colocar sérias dificuldades aos países africanos, como Angola, Cabo Verde ou Moçambique, todos com uma dívida que representa mais de 100% do PIB. A nível mundial, a UNDESA estima uma quebra do PIB mundial na ordem dos 4,3% em 2020 e uma recuperação para um crescimento de 4,7% este ano.
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