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CANAL DO SUEZ

Tripulação do Ever Given continua presa sem saber quando poderá regressar a casa

O porta-contentores Ever Given ficou encalhado no Canal do Suez de 23 a 29 de março. Agora, um mês depois, a sua tripulação – 25 pessoas de nacionalidade indiana -, ainda se encontra presa no Egipto, sem saber quando poderá regressar a casa, graças a um conflito entre a Autoridade do Canal e as empresas responsáveis pelo navio, numa disputa sobre quem deve pagar a indemnização pelos danos do acidente.

O Ever Given encontra-se no Grande Lago Amargo, um dos lagos do canal, e já foi visitado por membros da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), que descreveram os tripulantes como estando de “bom humor”. No comunicado emitido pela ITF, é explicado, porém, que a equipa está numa posição delicada e todos estão ansiosos para saber se poderão voltar para casa quando terminarem os seus contratos.

O que está em causa é uma multa no valor de 916 milhões de dólares (cerca de 767 milhões de euros), exigidos pela Autoridade do Canal. “A Autoridade do Canal Suez não deu uma justificação detalhada para esta quantia extraordinariamente grande, que inclui 300 milhões de dólares (cerca de 251 milhões de euros) por um ‘bónus pelo salvamento’ e 300 milhões de dólares por ‘perda de reputação’, faltando justificar os restantes ”, explica a UK P&I Club, seguradora marítima que representa os proprietários do navio de bandeira do Panamá ao The Guardian. Até que a multa seja paga, tanto a embarcação como a sua tripulação e carga serão mantidas “reféns” pelas autoridades.

“Há profissionais que nada tiveram que ver com o incidente e não deveriam ser responsabilizados por ele. Deixem as negociações ir para onde precisam de ir… a situação não devia ser resolvida a partir dos nossos marinheiros no Egipto. Eles não deveriam sentir pressão por este incidente”, defende Abdulgani Serang, representante da National Union of Seafarers da Índia ao jornal inglês.

O problema agrava-se uma vez que o navio é propriedade de uma empresa japonesa, mas é, no entanto, operado por uma companhia de Taiwan e tem bandeira do Panamá, não tendo ainda sido explicitado pela Autoridade do Canal quem seria responsável pelo pagamento da indemnização.

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