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História 

A China tem a sua própria Atlântida, uma cidade perdida e submersa

Quem navega entre as ilhotas do Lago Qiandao, mal pode imaginar os tesouros que as suas águas encobrem. Repousando sobre o fundo do lago, a 40 metros de profundidade, está a antiga cidade de Shi Cheng, uma exímia representante da China Imperial.

A localidade é apelidada de “Atlântida chinesa” por ter sido encontrada submersa e em perfeitas condições, no ano de 2002. Ao contrário do que a alcunha alude, o lugar não foi afundado por forças da natureza ou por alguma intervenção divina, assim como as lendas sobre Atlântida sugerem. Shi Cheng encontra-se nesta condição por intervenção humana proposital.

A 40 quilómetros de Shanghai, Qiandao é um lago artificial, que foi idealizado em 1959 (ano que a cidade foi alagada) para a construção da primeira usina hidrelétrica da China, no rio Xin. Apesar de quase 300 mil pessoas terem sido realocadas com a instalação da represa, Shi Cheng foi esquecida durante quatro décadas. Em 2002, ela foi redescoberta através de uma expedição elaborada pelo governo do país.

As edificações, templos e monumentos imergidos exibem arquitetura das dinastias Qing e Ming, que imperaram entre 1368 e 1912. Por entre suas ruas, brotam estátuas de dragões e leões, típicas da cultura chinesa. A figura do felino aparece esculpida mais frequentemente, porque, além da província situar-se aos pés da Montanha dos Cinco Leões (a Wushi), seu nome significa “cidade do leão”, em mandarim.

Até hoje o local ainda está sendo explorado e estudado por arqueólogos e historiadores. Para quem se interessar, é possível visitar a cidade através de agendamento de mergulhos especiais.