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S. Tomé e Príncipe 
COP26

São Tomé e Príncipe já perdeu 4% do território para o mar

São Tomé e Príncipe já perdeu 4% do território devido à subida do nível do mar, uma consequência das alterações climáticas, disse o presidente são-tomense, na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow.

Carlos Vila Nova (na foto) disse que a ilha de Príncipe, mesmo fazendo parte da Reserva Mundial da Biosfera, está ameaçada, e que o conjunto do arquipélago, que tinha uma área de 1.001 quilómetros quadrados, atualmente só tem 960 quilómetros quadrados.

“Constatamos que 4% da área terrestre foi engolida pelo aumento do nível do mar devido ao aquecimento global”, disse.

A situação pode piorar se o aquecimento global continuar, acrescentou, pois “eventos extremos ao nível do mar que anteriormente ocorriam uma vez a cada 100 anos podem ocorrer todos os anos até o final deste século”.

Embora reconheça que as alterações climáticas afetam indiscriminadamente todo o mundo, o chefe de Estado confessou a impotência do país para agir sem o apoio financeiro dos países desenvolvidos.

“Com todas estas consequências dramáticas, as nações vulneráveis e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento estão cada vez mais frustrados, pois os nossos pedidos e necessidade de colaboração continuam sem resposta de outras nações mais ricas e do G20”, afirmou.

O Presidente são-tomense urgiu os países a acelerarem os compromissos de financiamento aos países em desenvolvimento para tomarem medidas de mitigação e adaptação, os quais estão atrasados.

O acordo para os países desenvolvidos mobilizarem anualmente um total de cerca de 100 mil milhões de dólares (86 mil milhões de euros) em financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento foi celebrado em 2009 e, inicialmente, o objetivo era que fosse conseguido até 2020, mas só deverá acontecer em 2023.

“São Tomé e Príncipe tem visto pouco progresso na adaptação às alterações climáticas. Para isso, ainda precisa de um apoio forte e urgente para continuar a construir a resiliência das comunidades mais vulneráveis”, disse Vila Nova.

O país tem uma estratégia de transição para as energias renováveis e uma economia azul, garantiu.

“Mas não temos os meios para implementá-la e estamos numa corrida contra o tempo”, lamentou.

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