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PM de Cabo Verde quer São Vicente como referência turística com terminal de cruzeiros O Primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, traçou como propósito colocar a ilha de São Vicente num patamar internacional de maior “referência turística” com o futuro terminal de cruzeiros, que deverá ficar pronto dentro de 22 meses. “Aquilo que precisa de facto são escalas de dimensão, em termos de número de turistas que possam visitar, gastar, entreter-se, ter acesso a serviços diversos e produtos diversos. Viabilizar o mercado desde o ângulo alimentar, indústria criativa, produtos de pesca, transformar o Carnaval numa indústria de facto, para isso é preciso escala de dimensão, qualidade e rendimento”, apontou o chefe do Governo. Na sua intervenção no ato de lançamento da construção do Terminal de Cruzeiro do Mindelo, orçado em quase 27 milhões de euros, o chefe do Governo disse que a obra faz parte de um conjunto de investimentos para posicionar a ilha como um destino turístico de referência no arquipélago, mas também na região africana e no Atlântico Médio. “Por isso é que o terminal de cruzeiros é uma das componentes da Zona Económica Especial da Economia Marítima, porque dentro deste conceito a zona aqui do Porto Grande está destinada para ser uma zona especializada no transporte de passageiros do turismo de cruzeiros, de iates e de acomodação de eventos internacionais, nomeadamente ligados ao desporto náutico”, acrescentou. Para o chefe do executivo, isso vai permitir complementar a integração das economias do norte do país, nomeadamente as ilhas São Vicente, Santo Antão, São Nicolau e Santa Luzia. Depois de dois anos sob os efeitos da pandemia de covid-19, Ulisses Correia e Silva referiu que em 2023 vai passar pelo Porto Grande do Mindelo a maior regata do mundo, a “Ocean Race”, que, considerou, não será apenas um momento em que a ilha irá ter maior notoriedade, mas também a colocação de São Vicente no mapa dos desportos náuticos internacional. “É mais do que isso, porque estamos a preparar um conjunto de investimentos integrados dentro deste conceito de desenvolvimento da zona económica especial para que São Vicente seja dotada de uma zona infraestruturada para receber outros eventos ligados ao mar, pontões para iates, clube náutico. Trazer novamente a memória física, porque a memória coletiva existe, o aproveitamento da zona Matiota, do trampolim, com a requalificação do espaço, a ligação à beira-mar, entre Matiota e a praia da Laginha”, referiu. Todos os investimentos em curso, prosseguiu, fazem parte da “aposta forte na dinamização da economia de São Vicente”. “Porque é através da economia que criamos condições de oferta de emprego durável e de qualidade, é através da economia que conseguimos resolver e criar condições para eliminarmos a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta. Exige investimentos públicos, privados e políticas ativas, nos setores do emprego, da qualificação e empreendedorismo”, enfatizou Correia e Silva. Considerando que este é um dia importante para São Vicente, o primeiro-ministro sublinhou que ao longo da sua história a ilha teve momentos de ascendência e momentos de decadência, ligados ao mar, e que esta é uma fase de retoma. “Agora estamos numa fase em que temos que subir, fazer São Vicente acreditar, fazer São Vicente ser um elemento importante do processo de desenvolvimento do país e fazer investimentos que sejam assertivos e que façam com que a economia seja de facto um fator que modere as condições de funcionamento e desenvolvimento da ilha, em termos de impulsionamento do emprego, do crescimento e da redução da pobreza”, apontou. O projeto prevê a construção de uma ponte de cais com 400 metros e com 20 de largura, que vai permitir a atracação de 2 navios cruzeiros com o comprimento de até 350 metros e com capacidade para 4 mil passageiros. “Prevê-se também o alargamento e criação de uma pequena plataforma terrestre, com 2.700 metros quadrados, que irá criar ponte entre a plataforma portuária existente e com o cais que vamos construir”, explicou Pedro Branquinho, engenheiro representante da portuguesa Mota-Engil. O projeto prevê ainda a reabilitação do cais dos pescadores e trabalhos de dragagem da bacia portuária e dos cais, como frisou o engenheiro da empresa construtora. Conforme anúncio feito em 15 de abril de 2021, o consórcio luso-cabo-verdiano constituído pelas empresas Mota-Engil e Empreitel Figueiredo vai construir o Terminal de Cruzeiros do Mindelo, uma das maiores obras públicas dos últimos anos em Cabo Verde. O país pretende passar a receber anualmente cerca de 200.000 turistas de cruzeiros com a obra, que é co-financiada pelo Fundo ORIO, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional. A Lusa noticiou hoje que oito portos de Cabo Verde movimentaram em 2021 mais de 11 mil turistas em navios de cruzeiro, número que a pandemia de covid-19 reduziu em 41% face a 2020, acumulando a segunda forte quebra anual consecutiva. De acordo com o relatório de tráfego anual elaborado pela Enapor, empresa pública responsável pela gestão dos portos do arquipélago, foram movimentados 30 navios de cruzeiro em escalas no país em 2021, menos 11 face a 2020. Em 2019, no ano de maior movimento na procura turística por Cabo Verde, e antes dos efeitos da pandemia de covid-19, os portos cabo-verdianos receberam 149 movimentos de navios de cruzeiro e 48.500 turistas. Esse movimento de turistas caiu mais de 60% em 2020, para 18.872 turistas e 41 navios, e mais 41% em 2021, segundo os dados da Enapor. Cerca de metade do movimento de turistas e de navios de cruzeiro em Cabo Verde em 2021 voltou a ser no Porto Grande, cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, construído em 1962.
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