MOÇAMBIQUE Comboios dos CFM passam a circular na África do Sul
OS comboios de carga da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e da congénere sul-africana, a Transnet Freight Rail (TFR), passarão a circular em cada um dos países, numa operação considerada histórica.
As composições dos CFM movimentar-se-ão em território do país vizinho até à zona de Belfast, enquanto as da TFR circularão até ao Porto de Maputo.
Para a concretização da operação, as duas companhias ferroviárias rubricaram, em Maputo, um acordo que permite a eliminação de fronteiras na circulação de comboios nos dois países.
Antes deste entendimento os comboios para os dois sentidos tinham de trocar de locomotiva na fronteira, o que muitas vezes acabava por gerar atrasos, devido à indisponibilidade imediata de máquinas no local.
Assinaram o acordo o Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Miguel Matabel, e a CEO da Transnet Freight Rail, Sizakele Mzimela, num acto testemunhado pelo Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
Falando momentos após a cerimónia, Magala disse que o acordo vai muito para além de um simples contrato, explicando que o mesmo reflecte uma mudança de paradigma, em que se privilegia a cooperação como forma de melhorar a competitividade do corredor.
Acrescentou que a operação de comboios sem interrupção, ontem acordada, além de reduzir os tempos de trânsito, vai contribuir para oferecer uma solução logística mais eficiente e económica aos clientes.
“A nossa operadora ferroviária passará a fazer comboios de longo curso em território sul-africano. Estamos a assistir a mais um passo no caminho da concretização de uma verdadeira integração regional”, sustentou Magala.
Aliás, segundo defendeu o ministro e mais tarde secundado pelo PCA dos CFM, o início da circulação dos comboios nos dois sentidos vai concorrer para a redução de custos operacionais e contribuirá para maiores fluxos de carga no Porto de Maputo. É expectativa do Governo que a mercadoria manuseada nesta infra-estrutura passe de 48 milhões de toneladas registados em 2021, para 83 milhões de toneladas até 2024.
Miguel Matabel admitiu que o aumento do número de comboios também abre espaço para que os operadores tenham alternativas no escoamento de cargas, o que pode ajudar no maior equilíbrio das mercadorias que são actualmente transportadas por via rodoviária através da N4.
Já a CEO da Transnet Freight Rail, Sizakele Mzimela, considerou o acordo como vantajoso do lado sul-africano, na medida em que os clientes estão à procura de vias alternativas para fazer chegar as suas mercadorias aos portos.
Considera que o entendimento vai contribuir, em grande medida, para que alguns desses clientes tenham a oportunidade de levar os seus produtos, sobretudo mineiros, até ao Porto de Maputo.
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