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Mercado de seguros marítimos verá «capital restritivo» em 2023 Os impactos da guerra na Ucrânia continuarão a afectar as companhias de navegação em 2023, diz o chefe executivo da Concirrus, uma insurtech que classifica com recurso a inteligência artificial. Em 2023, o mercado dos seguros das linhas marítimas continuará a ser “potencialmente duro”, à medida que os impactos da guerra na Ucrânia continuam a fazer-se sentir. Em declarações exclusivas à publicação Insurance Times, Andrew Yeoman, chefe executivo da Concirrus, insurtech líder que aplica estratégias assentes em inteligência artificial (IA) a seguros, constatou: “entramos em 2023 a atravessar uma das épocas mais difíceis de renovação de resseguros, com a época de amplas coberturas e capital barato definitivamente para trás”. O especialista acrescentou que o impacto da apreensão de aeronaves, pelo presidente russo Vladimir Putin, em resposta a sanções internacionais, teria “sem dúvida” um impacto negativo no mercado naval em 2023. “É provável que vejamos capital mais restritivo, políticas mais apertadas e um mercado com menos opções, potencialmente conduzindo a um hard market permanente”, explicou Yeoman. No entanto, Yeoman acrescentou, “nem sempre é possível prever futuras reivindicações e comportamentos de navios com base em comportamentos passados”, e acrescentou que a pandemia “levou a mudanças significativas na oferta e na procura em todo o mundo, e, em casos extremos – como o setor dos cruzeiros – segmentos inteiros de navios chegaram a um impasse”. A guerra Rússia-Ucrânia teve um efeito de ‘arrastamento’ na economia global, criando o potencial para uma inflação extrema de sinistros. Como solução, Yeoman sugere a construção de indicadores assentes em modelos de aprendizagem de máquinas que facilitem a utilização de capital. Isto ajudaria a conferir aos agentes vantagens ao prever as dinâmicas futuras do mercado. As questões ambientais, sociais e de governação (ESG) tornaram-se cada vez mais importantes em todo o setor marinho em 2022, sobretudo em torno de temas como as emissões e o bem-estar das tripulações. No entanto, Andrew Yeoman declarou que “muito poucos intervenientes no mercado estão a desenvolver ativamente estes tópicos em processos de subscrição para iniciar uma mudança significativa. O ano 2023 assistirá a uma incorporação mais generalizada do cumprimento da ESG nas diretrizes de subscrição e, em última análise, nas decisões de preços a longo prazo“. Incêndios e explosões causam as reivindicações mais dispendiosas na indústria marítima, e numa altura de exposição e inflação crescentes, os danos de carga são a causa mais frequente de perdas, segundo indicou a Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) após a análise de mais de 240 mil reivindicações da indústria de seguros marítimos em todo o mundo, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021. Um no valor aproximado de 9,2 mil milhões de euros. A plataforma Quest da Concirrus confere a subscritores e corretores novos conhecimentos e fatores de classificação de risco “que ajudam a inovar, melhorar o desempenho, e reduzir os custos operacionais”, partilha a empresa nas suas redes sociais. As indicações da insurtech incluem a partilha de dados comportamentais e modelos de previsão, assentes em IA, que dizem “superar significativamente as técnicas tradicionais de avaliação e subscrição de riscos no mercado de seguros”.
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