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VÁRIA 

A adorável explicação dos navegadores do século XVI para o funcionamento das bússolas

O mapa de Gerardo Mercator incluía uma ilha fantasma que teria uma enorme rocha magnética para onde as bússulas apontariam.

O mapa do mundo que todos conhecemos é baseado na Projecção de Mercator, de 1569, que procurou representar um mundo redondo e 3D de forma plana e em 2D.

Apesar de ser muito parecido com o planisfério actual, há um detalhe muito diferente entre o mapa antigo e os nossos — a versão de Gerardo Mercator incluía uma ilha fantasma chamada “Rupes Nigra” (ou “pedra negra”) no meio do Pólo Norte.

Este não é o único mapa com detalhes caricatos. Desde sereias a ilhas inexistentes, passando por monstros marinhos como o Adamastor de Camões, os mapas antigos estão recheados de pormenores curiosos. O que distingue a Rupes Nigra é o propósito que lhe era atribuído.

De acordo com Mercator, esta ilha fantasma agia como um íman gigante que atraía as bússulas para o Norte. Este íman gigante, que teria 183 quilómetros de comprimento, ficava no centro do mapa, rodeado de redemoinhos

“No meio dos quatro países, há um redemoinho, dentro do qual se esvaziam estes quatro mares que dividem o Norte. E a água escorre à sua volta e desce até à Terra como se alguém a estivesse a deitar através de um funil“, escreveu Mercator numa carta de 1577.

O cartógrafo refere ainda que a água escorria a quatro graus de largura de cada lado do pólo. “Excepto mesmo debaixo do pólo, onde há uma rocha nua no meio do mar. A sua circunferência é de quase 33 milhas francesas e é toda feita de rocha magnética”, refere a carta.

Mercator escreve ainda que a descoberta da ilha foi inicialmente detalhada num livro chamado Inventio Fortunata (“A Descoberta da Fortunata”), publicado em 1360, que relata que um padre viu a rocha a descreveu-a como tão alta como as nuvens. Outro navegador alegou que a rocha podia ser vista ao redor de toda a ilha, que era estéril. “Nada cresce nela, pois não tem nem um punhado de terra”, escreveu Mercator.

A misteriosa ilha continuou a aparecer nos mapas usados pelos navegadores europeus até ao século XVII, quando os marinheiros que se aventuraram na época colonial comprovaram que não existia, relata o IFLScience.

No entanto, este detalhe não impediu o mapa de Mercator de se tornar o mais importante da História e ainda influenciar a cartografia de hoje em dia.

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