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Portugal destaca significado geoestratégico do Corredor do Lobito

O Ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou o significado geoestratégico do Corredor do Lobito e considerou que, ao potenciar o desenvolvimento de Angola, será também benéfico para Portugal.

Gomes Cravinho falava à Lusa em Luanda, à margem da cerimónia de entrega dos prémios `Manuel António da Mota -- Uma Vida em Angola.

O ministro visitou as obras do Corredor do Lobito, infraestrutura ferroviária transafricana que ligará a República Democrática do Congo e a Zâmbia ao Porto do Lobito, e passará também pelo Huambo, para o lançamento da primeira pedra da Plataforma Logística Caála.

O chefe da diplomacia portuguesa considerou que o Corredor do Lobito, que vai ser gerido por um consórcio que integra a construtora portuguesa Mota-Engil, tem uma importância geoestratégica "enorme" e é muito mais do que uma infraestrutura ferroviária.

"É um acesso do interior do continente africano, da Zâmbia, da República Democrática do Congo, com todos os seus recursos minerais, para o Atlântico, para o Porto do Lobito e isso cria uma alternativa à situação atual que é muito deficitária e que só vai para a costa oriental em direção à China", observou.

"É uma maneira de escoar a produção para um porto que fica mais próximo da Europa e das Américas e trazer desenvolvimento a toda a região do Corredor do Lobito", considerou o governante, em declarações à Lusa.

Questionado sobre se este projeto terá impacto na relação de Portugal com Angola, afirmou que "pode potenciar muito o desenvolvimento de Angola e tudo o que potencia o desenvolvimento de Angola é bom para Portugal e para a relação Portugal-Angola".

O ministro realçou que o porto europeu mais próximo do Lobito é precisamente o porto de Sines, que está numa fase de expansão e ligação às Américas e ao coração da Europa, e "tudo o que tenha a ver com reforço da mobilidade e transporte nas Américas e na parte ocidental do continente africano, é sempre muito bom para Portugal".

"E trabalhando com Angola temos naturalmente mais valias significativas", acrescentou.

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