Angola, Moçambique e Cabo Verde ganham centros de distribuição dos produtos do Brasil
Angola, Moçambique e Cabo Verde vão ganhar centros de distribuição para facilitar o comércio de produtos da região nordeste do Brasil, disse à Agência Lusa o director da Ceará Trade Brasil.
O centro de Angola deverá começar a funcionar ainda este ano, com o envio de um primeiro contentor antes do Natal, informou Roberto Marinho. A Ceará Trade Brasil é uma das empresas responsáveis pela iniciativa, ao lado de parceiros africanos.
Em Cabo Verde e Moçambique, a expectativa é de que as operações iniciem já no primeiro trimestre de 2012. No início, o foco da operação centra-se em produtos que já têm uma fileira industrial consolidada no Nordeste brasileiro: confecções, cosméticos, calçados, móveis e material de construção.
O projecto tem como objectivo minimizar os problemas com a logística, que é o principal entrave ao aumento nas vendas de produtos brasileiros em África. Marinho afirma que, actualmente, o tempo entre a compra e a entrega do produto pode chegar a 80 dias.
"Esse projecto é baseado em exportações que já fizemos. É um modelo para dinamizar e uniformizar essas exportações, tornando-as regulares", disse o responsável.
A ideia é não apenas abastecer o mercado africano, mas também permitir que marcas brasileiras se consolidem naqueles países. Para isso, é necessário que seja estabelecido um fluxo contínuo de comércio.
Além de fazer as exportações, o projecto actuará na nacionalização dos produtos na África e na capacitação dos revendedores africanos, através de um processo que Marinho chama de "franquia flexível".
"Através da franquia flexível, vamos passar conhecimento e capacitação para as empresas africanas, que poderão montar negócios para vender os produtos que estão no centro de distribuição", afirmou o empresário, que também é presidente da Câmara de Comércio Brasil-Angola.
"Com isso, fazemos a exportação e agrega valor ao produto", completou. Segundo o responsável, o trabalho de capacitação ajudará a criar emprego e rendimentos nos mercados consumidores.
As empresas de vários estados do Nordeste do Brasil vão participar do projecto, a maioria de pequeno e médio porte. Parte delas nunca exportou.
Como essas companhias têm pouco fôlego financeiro, os responsáveis pelo projecto negociam o suporte de bancos africanos para minimizarem o risco para os fornecedores brasileiros.
As declarações de Marinho foram feitas durante o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, realizado na cidade de Fortaleza.
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