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Austrália quer tornar o Mar de Coral na maior área marinha protegida do planeta O Mar de Coral está à beira de se tornar na maior área marinha protegida do mundo, com cerca de um milhão de quilómetros quadrados – uma área quase dez vezes maior do que a de Portugal –, de acordo com uma proposta do Governo australiano anunciada nesta sexta-feira. Até Fevereiro de 2012 está em discussão pública a proposta de criação da Reserva marinha do Mar de Coral, com 989.842 quilómetros quadrados, nas águas que fazem parte da Zona Económica Exclusiva australiana. O ponto mais próximo da costa fica a mais de 60 quilómetros de distância. Segundo a proposta anunciada hoje pelo Governo de Julia Gillard, o Mar de Coral ainda está quase intocado, com uma “vasta diversidade de recifes de coral [que suportam ecossistemas tropicais onde abundam as esponjas, algas, peixes, estrelas do mar e outras criaturas marinhas], pequenas ilhas e planícies e canhões submarinos”. As ilhas do Mar de Coral são ainda locais onde as tartarugas-verdes (Chelonia mydas) põem os seus ovos e locais de nidificação para muitas aves marinhas. “Em nenhuma outra parte do território australiano tanta coisa se reúne: oceanos virgens, corais magníficos, uma história militar que ajudou a definir o que somos hoje e agora uma proposta clara para uma protecção permanente”, disse o ministro do Ambiente, Tony Burke, citado em comunicado. “Mas não podemos ser complacentes”, acrescentou. “No espaço de uma geração, os oceanos passaram de estar relativamente intocados para cada vez mais ameaçados.” Pesca não fica de fora “Não vamos bloquear toda aquela área” à pesca, garantiu hoje Tony Burke à rádio australiana ABC. Ainda assim, haverá limites. O ministro disse que será proibida a exploração de petróleo e de gás natural e impostos novos limites à exploração pesqueira. A Associação Industrial de Marisco de Queensland considera que a proposta vai impedir o acesso a um recurso alimentar importante. “Não há hipótese de pescadores irem para essa zona. Desapareceu tudo, em nome da conservação”, disse o presidente da associação, Geoff Tilton. Do outro lado, a coligação Protect Our Coral Sea - apoiada por 55 mil cidadãos e por 12 organizações como a Greenpeace e a Fundação australiana para a Conservação – diz que a proposta “é um bom começo” mas acusa-a de ser pouco ambiciosa. Este movimento, cuja embaixatriz é a conceituada bióloga marinha norte-americana Sylvia Earle, disse, em comunicado, que “a proposta do Governo não é suficiente. Apenas dois dos 25 recifes de coral receberão um elevado nível de protecção”. Além disso, “sítios importantes para a reprodução de atuns, tartarugas, baleias e tubarões continuam abertos à pesca”. “Apenas a metade Este foi delimitada como santuário para a vida marinha. A metade Oeste contém a maior parte dos corais e dos locais de reprodução dos ameaçados atuns”, disse o conservacionista da Fundação australiana para a Conservação, Darren Kindleysides.
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