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Moçambique | ||
Pescadores aprendem novas técnicas Os pescadores de Angoche e Moma estão, neste momento, a aprender como navegar numa piroga, embarcação com características específicas que, no exercício da pesca, assegura níveis de captura elevados, desde que, para o efeito, sejam usados apetrechos apropriados, nomeadamente as redes de emalhar de cerco e palancre, técnicas trazidas da República do Senegal, com larga experiência na matéria a nível do continente. Soubemos ainda que um técnico de pesca proveniente do Senegal esteve recentemente nos distritos de Angoche e Moma, com vista a capacitar os pescadores artesanais locais em técnicas de uso de redes de emalhar de cerco e palancre, assim como construção da piroga à base de material local. Para dar prosseguimento ao processo de disseminação das referidas técnicas no seio dos pescadores da região sul de Nampula, um pescador de Moma esteve no Senegal por um período de 10 dias para ser capacitado. Em entrevista à nossa Reportagem, Mussapaha Idrissa, beneficiário da formação, referiu que a técnica senegalesa de pesca demonstrou ser rentável do ponto de vista de volume de pescado capturado. “Quando lançámos ao mar a rede de emalhar de cerco com 1050 metros, que é possível transportar com segurança numa piroga senegalesa, capturámos mais de 100 quilogramas, contra 30 quilogramas que vínhamos conseguindo com as redes de dimensões menores”, disse Idrissa. A rede de 1050 metros de três polegadas não permite a captura de pescado de pequena dimensão, garantindo dessa forma, segundo o nosso entrevistado, a protecção, crescimento e multiplicação das espécies marinhas em risco de extinção . Entretanto, Juma Rajá, técnico de pesca afecto ao IDPPE, com base em Angoche, referiu que a sua instituição está a estimular a construção de pirogas e consequente apetrecho com motor fora de bordo, dado que as suas características permitem pescar no mar aberto, onde a abundância de pescado é evidente e, consequentemente, os ganhos são maiores para os pescadores. Nos distritos costeiros de Nampula, o índice de desemprego é bastante elevado e, segundo a nossa fonte, as populações locais socorrem-se da pesca como actividade para a geração de rendimento. Este facto aumenta a pressão sobre os recursos marinhos cuja pesca é desenvolvida por artesanais com recurso a artefactos nocivos, que concorrem para a escassez de pescado sobretudo na zona de três milhas náuticas a partir da costa.
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