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J.M.W. Turner, o grande pintor do Mar Turner foi um dos pintores mais importantes da sua geração, tendo o seu trabalho precedido as aventuras dos impressionistas. Foi também um homem do Mar, na condição de marinheiro, homem contemplativo e criador. O mar sempre provocou nos artistas um encantamento especial. A sua dimensão mítica e fantástica, a sua natureza monocromática mas também a sua imagem realista marcaram gerações de pintores e correntes estéticas ao longo dos séculos, desde o neo-classicismo até ao minimalismo passando pela pintura naturalista e o impressionismo. O Mar como um dos elementos da natureza encontra-se assim associado ao gesto expressivo do Homem, cujo imaginário alimentou ao longo dos tempos. Foram vários os criadores que se deixaram arrebatar pela sua força primitiva mas poucos conseguiram capturar a sua essência para depois a representar no centro de uma moldura. De entre esse pequeno grupo de usurpadores da natureza, um se destacou pelas suas aguarelas, óleos e desenhos: J.M.W. Turner. Pintor londrino, que assistiu ao apogeu do domínio britânico nos oceanos do século XIX, Turner terá sido especialmente influenciado durante a sua infância pela paleta cromática das margens do Tamisa antes de, já na adolescência, ter experimentando a aventura da profissão de marinheiro e com outros artistas ter viajado pela costa inglesa em busca de paisagens que pudesse desenhar. Foram estas últimas incursões que determinaram o seu interesse pelos temas marítimos com os quais iniciou a sua carreira como pintor. A obra que desde logo o destacou chamava-se Pescadores no Mar e nela já o tratamento da luz evidenciava alguma audácia e virtuosismo. Seriam necessários, contudo, vários anos para que o artista superasse as influências exteriores e deixasse para trás alguns dos estereótipos da pintura marítima mais convencional. Tal aconteceu abordando temas como os naufrágios e as tempestades através de um uso mais arriscado da tinta, ora com a espátula, ora com o pincel. Apesar da incompreensão de alguns críticos, pouco habituados a uma dimensão que começava a apelar a leituras metafóricas, Turner prosseguiu o seu trabalho de forma solitária tendo diante de si apenas o mar. E este tomava duas identidades: era um lugar de lutas, ascensões e quedas dos e entre os homens, como assim o atesta a série O Declínio do Império Cartaginês, e um mundo ameaçador e primitivo (sublinhado pelo ênfase dado às cores escuras e violentas das águas e do céu). VEJA IMAGENS DOS QUADROS DE TURNER, AQUI
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